artes marciais japonesa

Iaidō

Iaidō (em japonês: 居合道) é a arte marcial japonesa do desembainhar da espada. Consiste em conjuntos de katas, técnicas ou movimentos que permitem ao praticante reagir de forma apropriada a determinadas situações.

É também chamado de iaijutsu (居合術), battōjutsu (抜刀術), saya-no-uchi (鞘ノ内), nuki (抜き・居合) e yore (乱曲).[carece de fontes?] Não se deve confundir iaidō com kendō (剣道) ou kenjutsu (剣術).

Índice

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[editar] História

[editar] Origens

A tradição e história do iaidō remontam cerca de 500 anos. A arte japonesa de desembainhar a espada começou provavelmente com Iizasa Choisai, o fundador do estilo Tenshin shōden Katori shintō-ryū. Essa escola incluía em seu currículo a prática com vários tipos de armas, desde o uso da katana e do bastão ao arremesso de faca e de naginata. Uma parte de seu currículo consistia na técnica de desembainhar rápido e golpear imediatamente com o uso de espadas, ou seja, o iai. Essa técnica era usada para autodefesa ou ataque preventivo.
Ao longo da história diferentes expressões foram utilizadas para se referir às técnicas do saque da espada durante o combate. Durante o período Muromachi (1392-1572) era chamado de battōjutsu. No período Edo ficou conhecido como iaijutsu.[1]
É reputado a Hayashizaki Jinsuke Shigenobu (1542-1621), como em toda arte marcial, ter recebido inspiração divina para o desenvolvimento de sua técnica, assim como Iizasa Choisai. Inspiração essa que o levou a desenvolver um conjunto de técnicas que denominou Musō shinden jushin-ryū battōjutsu. Aqui, a palavra battō significa simplesmente desembainhar a espada.
O fator comum relevante em ambas às tradições (escolas) ou ryū, assim como em muitas outras tradições que lidavam com katana, era que suas práticas envolviam somente o uso de katas, sempre preconizando adversários imaginários em seus treinos.

[editar] A origem do termo iaidō

A criação do termo iaidō é atribuída à Nakayama Hakudo (1869-1952), o fundador do estilo Musō shinden-ryū.
A denominação atual de iaidō é amplamente usada no meio marcial, em publicações especializadas japonesas[2] e em eventos oficiais para se referir genericamente à todas escolas, antigas e modernas, que ensinam o iai. Porém existem críticos à esta denominação, como o mestre Nakamura Taizaburo (1912-2003) considerando mais correto utilizar o termo battodo, ou iai-battodo.[1]
Ainda assim, atualmente o termo iaidō é amplamente usado para referenciar a prática do iai tanto nos koryū quanto nos sistemos modernos, como Seitei iai (制定居合) e Toho iai.

[editar] Iaidō no Brasil

O início da prática do iaidō no Brasil é incerta. Porém, um "marco" do início da era moderna do iaidō no Brasil foi a chegada de dois senseis do Japão no Brasil. Primeiramente Asahi Sensei, em meados da década de 1970, e posteriormente Nakakura Sensei. Este último realizou o primeiro exame de graduação de iaidō no Brasil.
O Seitei iaidō é praticado no Brasil a partir da década de 1980, destacando os Dojos filiados à CBK, como ACEP e Saga. Nesses Dojos podemos destacar o trabalho realizado pelos Senseis Yoshiaki Kishikawa, Mitiko Kishikawa, Jorge Kishikawa, Roberto Kishikawa e Tadashi Tamaki.
Sensei Jorge Kishikawa (7° Dan Kyoshi em Kendō, Menkyo Kaiden no estilo niten ichi-ryū e Shidosha no estilo tenshin shōden Katori shintō-ryū) estudou por mais de uma década, durante idas anuais ao Japão, com os Senseis Tadatoshi Haga e Tsunemori Kaminoda. Sensei Haga é 8º dan Hanshi de Kendō, 8º dan Hanshi de Seitei iaidō e Shihan do Musō shinden-ryū. Na FIK (Federação International de Kendô)é considerado "Mestres dos Mestres" do iaidō. Sensei Kaminoda é 8º dan Hanshi de Seitei iaidō e Shihan do estilo Musō shinden-ryū.
Em 1993, o Sensei Jorge Kishikawa funda e inicia a divulgação do iaidō através do Instituto Cultural Niten, chegando posteriormente até a Argentina e Chile. Os principais estilos praticados atualmente são suiō-ryū, Musō shinden-ryū, tenshin shōden Katori shintō-ryū e sekiguchi-ryū.
A partir do final da década de 1990, a CBK passa a receber senseis japoneses no Brasil. Destacando-se entre eles Tomoharu Ito Sensei (8º Dan Kyoshi de kendō e de Seitei iaidō), que desde então já esteve no Brasil três vezes para ministrar treinamentos e participar de bancas examinadoras.
Pela Confederação Brasileira de Kobudô (CBKob), esteve no Brasil em duas ocasiões (2002 e 2005), o Sensei Kaminoda Tsunemori (Presidente da Nihon Jodokai e 8º Dan Hanshi de Jodô e Seitei Iaidô).
Em 2003, veio morar no Brasil o sensei japonês Toshihiko Tsutsumi (6º Dan Renshi em Seitei Iaidô e 5° Dan em kendô), sendo atualmente o praticante mais graduado em Seitei Iaidô na CBK. Seu Sensei foi um dos últimos 9° Dan do Japão e aluno direto de Hakudo Nakayama.
A partir de 2004, através do trabalho realizado pelo Sensei Ichitami Shikanai diversos Dojos filiam-se à CBK para a prática exclusiva do iaidō. O Sensei Ichitami Shikanai, ainda no Japão, foi apresentado a Omura Tadaji, discípulo de Hakudo Nakayama, com quem estudou durante 3 anos. Atualmente o Sensei Ichitami Shikanai é Presidente e Supervisor do ARJ (Aikido Rio de Janeiro) e estudioso dos estilos shintō Musō-ryū Jo (okuiri) e Musō shinden-ryū.
A partir de 2007, o Sensei Jorge Kishikawa se desligou da CBK, focando a divulgação dos estilos de koryū, na CBKob. Sob a supervisão da CBKO, estima-se cerca de 800 praticantes de iaidô no Brasil (dados de abril de 2007).
No mesmo ano, com a ajuda de Tsutsumi Sensei, a CBK passa a realizar anualmente seminários e ao menos um exame de Seitei iaidō.

[editar] Prática

Sensei Cook
A prática do iaidō se reveste de grande profundidade pois o iai tem como objetivo o autodomínio do praticante e a derrota do adversário sem a necessidade de desembainhar a katana. Em outras palavras, a conquista psicológica do adversário sem que haja necessidade do uso da espada.
A prática é feita visualizando-se os inimigos de acordo com os princípios de cada kata, não tendo necessariamente um oponente físico. Para fins didáticos, podem-se executar os movimentos com oponentes reais.
Um iniciante na arte utiliza uma espada de madeira (bokutō) ou uma iaitō (espada com lâmina de liga metálica). Os praticantes mais avançados utilizam shinken, espadas de aço com fio.
Além dos katas, alguns estilos praticam também técnicas executadas com espadas desembainhadas (geralmente chamadas de kumitachi 組太刀). Outros estilos praticam também o tameshigiri 試し斬り ou o suemonogiri 据え物切り, que é o corte de rolos de palha de larguras equivalentes a partes do corpo humano.

[editar] Estrutura do kata

Cada kata segue a mesma estrutura básica de quatro partes: Nukitsuke (desembainhar e cortar) Kirioroshi (corte principal com o uso das duas mãos) Chiburi (retirada do sangue da lâmina) e Noto (embainhar a espada); existem dentro desse formato variações consideráveis. Dentro das mais comuns encontram-se: golpear para frente com o tsuka (empunhadura da katana) antes de desembainhá-la, puxar a bainha (saya) para trás e golpear imediatamente girando-se para trás, cortar em ângulos diferentes de horizontal e vertical, e.g.: diagonalmente de baixo para cima e de cima para baixo ou pela lateral, entre outros.

[editar] Formato de uma seção de treino

Iaidô - reishiki (etiqueta)
Iaidô - prática
O formato do treino varia enormemente de acordo com o estilo a ser praticado. A diferença vai desde detalhes básicos, como a forma de amarrar o sageo, até grandes diferenças, como a proibição de todo e qualquer tipo de alongamento, para buscar o máximo realismo dentro da prática.
No Seitei iaidō, um seção típica de treino começa com aquecimento e alongamento. Em seguida faz-se o rito de etiqueta de abertura, que consiste de:
  • Kamiza ni rei (curvar-se para o lugar sagrado)
  • Sensei ni rei (curvar-se para o instrutor)
  • To rei (curvar-se para o katana)
Em seguida inicia-se uma seção de suburi (prática dinâmica de cortes) e kihon incluindo chiburi e noto. A depender do tamanho e nível da turma, outras técnicas derivadas dos katas são exercitadas antes da prática dos katas propriamente dita ser iniciada. A série de katas, freqüentemente, se inicia com o sensei explicando algum ponto que deve ser especialmente observado pela classe ou por algum subgrupo específico da mesma. A isso se segue a pratica formal, em que todos praticam os katas em conjunto sob o comando do líder do dojo ou um treino livre quando os katas são praticados sem sincronismo e individualmente, cabendo ao instrutor a observação e correção de pontos de cada praticante de forma individual. Ao final da seção, todos fazem a etiqueta de fechamento em conjunto.

[editar] Keiko

Esse termo é traduzido como treino ou prática, mas seu significado em japonês abrange mais que isso. É o estágio em que os movimentos são aperfeiçoados por repetição lenta, dividindo-se o kata em suas partes componentes e pela contextualização da técnica em situações e confronto real. Com o tempo, o praticante começa a entender os princípios de Metsuke (correto uso dos olhos), Seme (pressão sobre o adversário) com o objetivo de controlar o adversário. Durante o keiko também são apreendidos os conceitos de maai (distância de combate) e ma (tempo - timing).

[editar] Organizações

Por ser iaidō um termo amplo que abrange uma ampla gama de práticas, estilos e associações, existem difersas organizações que congregam os praticantes.

[editar] Graduações

As graduações no iaidō dependem do estilo que se pratica.

[editar] Escolas

[editar] Seitei iaidō

Instituído no ano de 1968 pela FJK (Federação Japonesa de Kendô), com demonstração pública no Kyoto Taikai, e atualmente regulamentado em âmbito internacional pela FIK, o Seitei iai é um conjunto de katas estabelecido para a prática do iai.
Em sua origem era composto por sete katas, posteriormente foram adicionados mais três Katas em 1980, e mais recentemente foram acrescentados mais dois katas (em 2000). Os estilos Musō Jikiden Eishin-ryū (無双直伝英信流), Musō Shinden-ryū (夢想神伝流) e Hōki-ryū (伯耆流) foram os que mais influenciaram o Seitei iaidō.

[editar] Katas

A lista dos katas do Seitei iai são, em ordem:
  1. Mae 前 (frente)
  2. Ushiro 後 (trás)
  3. Uke-nagashi 受け流し (receber e deixar fluir)
  4. Tsuka-ate 柄当て (atingir com o cabo da espada)
  5. Kesa-giri 袈裟切り (corte ao kesa) *kesa ⇒ estola budista
  6. Morote-zuki 諸手突き (estocada com duas mãos)
  7. Sanpō-giri 三方切り (corte em três direções)
  8. Ganmen-ate 顔面当て (atingir o rosto)
  9. Soete-zuki 添え手突き (estocada com a mão apoiada)
  10. Shihō-giri 四方切り (corte em quatro direções)
  11. Sō-giri 惣切り (corte contínuo)
  12. Nuki-uchi 抜打ち (saque cortante)
Os katas de nº1 a nº3 são realizados em seiza 正座, ou seja, sentado formalmente. O kata nº4 é realizado em tatehiza 立膝, a forma de se sentar quando se está com armadura (yoroi-kacchû 鎧甲冑). Os demais katas são feitos em pé.

[editar] Campeonatos

Os campeonatos, são feitos como os campeonatos de kata de caratê, ou seja, dois competidores executam cinco katas, dois do koryū que praticam de escolha pessoal e três de Seitei iaidō escolhidos pela banca, que serão executados em comum. Três juízes (sendo um principal e dois auxiliares) dão o veredito levantando as bandeiras da cor representativa (vermelha ou branca) do competidor que cada um entendeu que executou melhor os kata. A prova deve durar um mínimo de cinco e um máximo de seis minutos, qualquer coisa fora deste tempo acarreta em desclassificação automática.

[editar] Organizações

As atividades do Seitei iaidō são mundialmente regidas e regulamentadas pela FIK (Federação Internacional de Kendô), fundada em 1970 e sediada no Japão. Até 2008 havia, filiadas na FIK, 47 entidades representantes de países.[3]
No ano de 2006 a FIK passou a ser membro da General Association of International Sporting Federations (GAISF), entidade máxima do esporte mundial, que inclui outras entidades como FIFA, FIBA, FIVB, Federações Internacionais de Aikido, Judo, Jujitsu, Karate.[4]
No Brasil o representante da FIK é a CBK (Confederação Brasileira de Kendô), reconhecida também pelo Ministério dos Esportes[5] como entidade reguladora da prática do iaidô, kendô e jodô.[5]
Nos últimos anos vem crescendo muito a prática do iaidō em dojos de kendō filiados à CBK em diversos estados do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Bahia, Espírito Santo, entre outros.[6] Existem também entidades filiadas à CBK exclusivamente para a prática do iaidō, como a ARJ (Aikido Rio de Janeiro).
Em Portugal a representante da FIK é a Associação Portuguesa de Kendô (APK), que também promove a prática do iaidō.
Em todos os dojos de entidades ligadas à FIK é amplamente estimulado que os praticantes aprendam também estilos tradicionais (koryū), visto que nos exames é obrigatória a demonstração de ao menos dois katas de iaidō koryū, além dos katas de Seitei iaidō. Um dos estilos mais praticado é o Musō shinden-ryū, devido a sua estreita ligação com o Seitei iaidō.

[editar] Graduações

No seitei iaidō, a graduação obedece aos ditames da FIK com uma banca examinadora. Atualmente, a graduação segue a seguinte progressão:1º kyu e em seguida 1º dan ao 8º dan (o grau mais alto).
Paralelamente, existem títulos que podem ser conferidos de acordo com as contribuições do praticante à arte. Atualmente, existem três: Renshi (praticante avançado), Kyôshi (praticante professor) e Hanshi (praticante modelo).
O título de Renshi pode ser conferido para praticantes a partir do 6º dan, o de Kyôshi a partir do 7º dan e o de Hanshi, o mais elevado, pode ser conferido apenas para praticantes que atinjam o 8º dan.
Todos os títulos japoneses marciais são inspirados no passado do espada: Hanshi, por exemplo, corresponde a "Grão-Mestre de Armas". A partir do século 17, os títulos marciais da espada foram adotados para o conjunto das Artes Guerreiras (Sobujutsu) e depois para as "Artes Marciais Verdadeiras" (Sobudo).
Nos exames cada praticante deve realizar 5 Kata. Oficialmente a FKI (Federação Internacinal de Kendô) pede que os dois primeiros sejam Koryu e os três seguintes do Seitei Iai. No dia do exame a banca examinadora escolhe e anuncia os Kata de Seitei Iai a serem executados por todos os examinandos, independente de graduação. Ou seja, do exame de aspirante ao mais graduado todos farão a mesma sequência de kata de Seitei Iai, além dos outros 2 Kata de um Koryu da preferência do praticante.

[editar] Toho iaidō

A Federação Japonesa de Iai (ZNIR, Zen Nihon Iaido Renmei) possui um conjunto padronizado de cinco katas denominado Toho iaidō. É, em essência, o equivalente desta federação ao Seitei iaidô da FIK. Os cinco katas citados acima advém de cinco diferentes estilos:
  • Maegiri - Musō Jikiden Eishin-ryū
  • Zengogiri - Mugai-ryū
  • Kiriage - Shindō Munen-ryū
  • Shihôgiri - Suiō-ryū
  • Kissakigaeshi - Hoki-ryū

[editar] Organizações

O Toho iaidō é organizado pela Federação Japonesa de Iaidô (ZNIR, Zen Nihon Iaidō Renmei, fundada em 1948).

[editar] Iaidō koryū

Refere-se aos estilos estabelecidos antes de 1868, o ano da restauração Meiji e que possuem técnicas de iai em seu currículo.
As técnicas de iai vinham de séculos antes, estando presentes em estilos mais antigos como o tenshin shōden Katori shintō-ryū, fundado no século XV.
Porém a importância de Hayashizaki Jimsuke Minamoto-no-Shigenobu, no século XVI, é inegável, dada a grande popularidade que o iai alcançou no período Edo (1603-1867). Grande parte dos estilos existentes ainda hoje de iai tem como raiz o Musō Hayashizaki-ryū, seu estilo original.
As técnicas de saque da espada são bastante antigas, mas a maior parte das conhecidas atualmente foram (re)concebidas por Hayashizaki. Assim sendo, é comum se aceitar que ele foi o "criador" do iai, mas o mais correto seria afirmar que ele é o Chûkō no So (em japonês: 中興の祖; lit. revitalizador da arte).
Dentre estilos anteriores Hayashizaki que possuem técnicas de iai merece destaque o tenshin shōden Katori shintō-ryū, o mais antigo estilo existente. A existência de técnicas no Katori shintō-ryu atesta sua antiguidade e importância ainda antes do período Edo.
Os dois estilos mais difundidos na atualidade são:
Outros estilos difundidos no Japão e no ocidente são:

[editar] Escolas

[editar] Tenshin shōden Katori shintō-ryū
O tenshin shōden Katori shintō-ryū (em japonês: 天真正伝香取神道流) é o mais antigo estilo de kobudo existente. Foi fundado por Iizasa Chosai Ienao há aproximadamente 700 anos.
Possui 16 katas de iai em seu currículo, divididas em três conjuntos:
  1. Omote no iai : 6 katas
  2. Tachiai battōjutsu : 5 katas
  3. Gokui no iai: 5 katas
O Sensei Jorge Kishikawa é Shidosha (mestre) e representante do estilo na America do Sul..[7]
Estes katas são demonstrados anualmente ao publico em geral, no Dia do Samurai (24 de abril),instituído em São Paulo e Paraná, na data de seu aniversário.
[editar] Suiō-ryū
Suio Ryu
O suiō-ryū iai kenpō (em japonês: 水鷗流 居合 剣法) foi fundado por Mima Yoichizaemon Kagenobu (1577-1665), que em sua juventude estudou o estilo Musō Hayashizaki-ryū, além de técnicas de naginata dos Yamabushi (guerreiros das montanhas).
No suiō-ryū, além das técnicas de iai executadas solo, também se pratica o kumi iai, katas de iai executados em duplas. Visa a aplicação direta do iai em combate.
O 15° Soke é o mestre Katsuse Yoshimitsu. Atualmente o estilo continua sendo praticado no Japão, Brasil, Argentina, Chile, Estados Unidos e Europa.
Na America do Sul o estilo é representado por Jorge Kishikawa, discípulo do Soke Katsuse Yoshimitsu.[8]
[editar] Sekiguchi-ryū
Sekiguchi Ryu
O sekiguchi-ryū iai (em japonês: 関口流) é um estilo de kobudo desenvolvido no Japão feudal há 400 anos.
Foi fundado orinalmente como um estilo de jujutsu (técnicas de combate desarmadas) por Sekiguchi Yarokuemon Ujishin. Seu filho mais velho, Sekiguchi Ujinari, foi seu sucessor, e adicionou as técnicas de espada, que constituíram o iai do estilo.
Durante o período Tokugawa, o sekiguchi-ryū se difundiu por todo o Japão. Posteriormente, o estilo se dividiu, sendo que o sekiguchi-ryū jujutsu mantém as técnicas de mãos vazias (mas ainda praticando uma pequena parte das técnicas de espada) e o sekiguchi-ryū iai, que ensina o currículo completo das técnicas armadas da escola.
O sekiguchi-ryū iai chegou ao século XX através do 14° Soke (grão mestre), Aoki Kikuo (também Soke do estilo niten ichi-ryū).
Atualmente o estilo se encontra representado por discípulos de Aoki Soke, como o Shihan Gosho Motoharu, Yoshimoti Kiyoshi e Yonehara Kameo (15° Soke).[9]
O estilo se encontra razoavelmente bem difundido no Japão e no Ocidente. No Brasil é ensinado pelo Sensei Jorge Kishikawa, que é discípulo do Shihan Gosho Motoharu nos estilos niten Ichi-ryu[10] e Sekiguchi Ryu.[11]
[editar] Musō shinden-ryū
Esta escola descende diretamente de Hayashizaki Jinsuke Minamoto no Shigenobu, por ser uma derivação do estilo Musō jikiden eishin-ryū.
O Musō shinden-ryū (em japonês: 夢想神伝流) foi um estilo criado por Nakayama Hakudō (1869-1952) no início do século XX, foi originalmente chamado Musō hayashizaki-ryū. Pode-se traduzir Musō shinden como uma escola "transmitida em sonho por divindade." ou "inspirada por sonho divino." ou "transmitida por visão divina."
Hakudo Nakayama, devido a sua diversificada experiência em técnicas de esgrima, seu estilo, inicialmente, ostentou um desorientador arranjo de técnicas. Então ele desenvolveu um currículo estruturado dividido em shoden (curso primário), chuden (curso intermediário) e okuden* (curso superior) e nakayma-sensei franqueou as técnicas a todas as pessoas interessadas. (antes só pessoas altamente recomendadas poderiam estudar seu estilo).
Ela se divide em três níveis:
  • Shoden (básico) com 12 formas
  • Chuden (intermediário) com 10 formas
  • Okuden (formas profundas), este subdivide-se em:
    • Tate Hiza no Bu com 8 formas
    • Tachi no Bu com 10 formas
    • Seiza No Bu 3 formas.
Demonstração (Comemoração do Dia do Samurai - São Paulo/2007)
  • Shoden Ômori-ryū: 12 Katas.
  • Chuden Hasegawa Eishin-ryū: 10 Katas.
  • Okuden : 24 Katas
No Brasil um dos grandes conhecedores desse estilo é o Sensei Toshihiko Tsutsumi, que treinou com alunos diretos de Nakayama Hakudō.
[editar] Outros koryū
  • Tamiya-ryū 田宮流
  • Hōki-ryū 伯耆流
  • Kageyama-ryū 影山流
  • Kanshin-ryū 貫心流
  • Mugai-ryū 無外流
  • Rikishin-ryū 力信流
  • Risshin (Tatsumi)-ryū 立身流
  • Seigō-ryū 制剛流
  • Shinkage-ryū 新影流
  • Shinmusō Hayashizaki-ryū 神夢想林崎流
  • Suihasu-ryū 水蓮流

[editar] Organizações

Cada estilo possui sua própria organização. No Japão existe a Nihon Kobudō Kyokai, que congraga os praticantes dos etilos clássicos não só de iaidô, mas do kobudô em geral. A Nihon Kobudō Kyokai tem também o objetivo de validar os dados históricos dos estilos, certificando ou não a linhagem das escolas em questão.
No Brasil existem diversos membros da Nihon Kobudō Kyokai associados à Confederação Brasileira de Kobudô. São membros do estilo suiō-ryū.
Na Confederação Brasileira de Kobudo (CBKob), são ensinados estilos tradicionais (principalmente Suiō-ryū, Musō shinden-ryū, tenshin Katori shintō-ryū e sekiguchi-ryū).
Estilos tradicionais também são ensinados na Sociedade Brasileira de Bugei (SBB) e no Aizen Dojo.
A Nihon Kobudō Kyokai não reconhece alguns estilos como koryū, embora sejam amplamente praticados. Dentre esses estilos destacam-se shintō-ryū ensinado no Dojo Shokakukan e o kaze no-ryū ensinado na SBB.
Dentro dos Dojos filiados à CBK também é amplamente estimulado o estudo de iaidō koryū, havendo a prática de estilos variados, considerando inclusive a obrigatoriedade da demonstração de ao menos dois Katas de koryū nos exames de graduação.
Na América do Sul há grupos conhecidos na Argentina, Brasil e Chile. Entre os estilos praticados se destacam Seitei iai, suiō-ryū, sekiguchi-ryū, tenshin shōden Katori shintō-ryū, Musō shinden-ryū e Musō jikiden eishin-ryū.

[editar] Graduações

A graduação nos koryū varia muito dependendo do estilo. Cada estilo possui um currículo diferente de técnicas e a graduação representa o grau de conhecimento das técnicas.
Antes disto, a maioria das escolas de artes japonesas tradicionais utilizavam o complicado sistema Menkyo como uma forma de licenciar os estudantes aos níveis técnicos de habilidades particulares.
O estudo técnico é comumente dividido em quatro den:
  • Shoden 初伝 – Ensinamentos Prelimilares.
  • Chuden 中伝 – Ensinamentos Intermediários (título: Shidoshi).
  • Okuden 奥伝 – Tradição Oral de Mestre para Discípulo (título: Shiran).
  • Hiden – Ensinamentos Secretos.
Os certificados de graduação técnica costumam ser:
  • Meikyo – Após ser aprovado no Shoden.
  • Kaiden – Após comprovado conhecimento místico e superior. Título raro, que significa "Igual ao Mestre". Esse termo é muitas vezes utilizado em vez de "Menkyo-Kaiden", espécie de certificado concedido pelo Mestre no qual declara por escrito ter "ensinado todo seu saber ao portador". Raramente um Mestre concedia um Kaiden, por vezes um ou dois em toda sua vida. Por outro lado, sem um Menhyo-Kaiden de seu precedente mestre, era impensável ao discípulo ser aceito por outro Mestre de igual ou maior valor.
  • Meikyo Kaiden – após comprovado maestria e domínio.
Nos estilos antigos (koryū) são em forma de makimono (pergaminhos), onde a graduação máxima se completa com o Menkyo e Menkyo Kaiden. Não há dan ou kyu e dependem exclusivamente do mestre Shihan, responsável pelo estilo.
Embora seja incomum, algumas escolas adotam o sistema de graduações modernas ("kyu" e "dan"). Existem estilos que possuem as duas formas de graduações coexistindo.

[editar] Aspecto filosófico

A espada no iaidō é um instrumento espiritual, sem dimensão material. As horas de treinamento dedicadas para que se possa atingir o domínio da técnica são horas em que o praticante entra em contato com seu eu interior (espírito).
O iaidō é uma mistura única de ética Confucionista, de métodos introspectivos do Zen-budismo e da filosofia Taoísta, tudo isso temperado pelo rigor do bushido. O Iai proporciona um estado mental focado e sereno ao praticante, podendo ser entendido como uma disciplina meditativa.
Como uma arte marcial pode ser efetiva quando é praticada somente com o uso de katas contra oponentes imaginários? Essa questão é mais profunda e difícil de responder do que pode parecer inicialmente. O problema começa na definição de 'efetiva' e que efeito se deseja obter. Claro que nos katas não existe oportunidade de comprovação da técnica do praticante em combate, como existe no kendō. O rigor na repetição dos movimentos do kata não deixa também espaço para adaptações em resposta às ações de um adversário real.
Além do estudo das técnicas, existe também o aspécto filosófico que envolve cada um dos diversos estilos de iaidô, influenciando inclusive na forma como as técnicas são executadas. Um praticante de um estilo tradicional (koryū) deve conhecer tais influências.
Como uma arte marcial contextualizada no mundo atual, é muito fácil enxergar, superficialmente, o iaidō e outras formas de esgrima como extemporâneas, simplesmente por não ser usual nem esperado que alguém saia pelas ruas portando uma espada.
O que deve ser notado no entanto é o que está por baixo dessa observação superficial. O que deve ser observado é o modo como o praticante deve se portar para evitar conflitos. Isso foi explicado milênios atrás por Sun Tsu em sua obra A Arte da Guerra e, posteriormente, por muitos estrategistas. O praticante que treina com dedicação e correção e com a orientação de um Sensei, desenvolve a habilidade de reconhecer situações difíceis e de como evitá-las antes que se tornem problemas de fato. Mesmo sendo inevitáveis ele aprende a enfrentá-los antes que atinjam grandes proporções. Mesmo algumas sendo inevitáveis, o praticante aprende a manter um estado de espírito e postura corporal e mental, que não oferece, ao adversário, oportunidade de agredi-lo. Essa é a essência do iaidô, do kendô e de outras artes-marciais que não se transformaram simplesmente em esportes comerciais.
O kanji 'I' também pode ser lido como 'itte' e 'ai' como 'awasu' na frase 'Tsune ni itte kyu ni awasu' que significa: seja onde e o que estiver fazendo, sempre esteja preparado. Como preparado entende-se não só estar alerta, mas também ter treinado rigorosamente para que, se necessário, uma técnica decisiva possa ser utilizada para terminar um conflito. Golpes com uma katana normalmente são cabais, mas esse não é o ponto. No mundo dos negócios a pessoa deve estar preparada e agir decisivamente quando necessário. Será que a pessoa está preparada, tem a autoconfiança necessária?
Quando um amigo desaponta uma pessoa, ela consegue lidar bem com esse tipo de situação, entendendo completamente as implicações e as conseqüências de suas ações? Ao cruzar uma rua e um carro aparecer como do nada ou algo cai sob sua cabeça enquanto está caminhando, seu corpo se encontra suficientemente equilibrado e sua mente suficientemente clara para lidar com esse tipo de situação e se colocar em segurança? Todos esses são exemplos práticos da aplicação do iaidô no mundo moderno.
A prática do iaidō é educativa tanto para jovens estudantes, como para executivos, gerentes e empresários, em resumo para todo aquele que precisa e quer aprimoramento nos principais valores humanos e de cidadania.

[editar] Na ficção

  • Kenshin Himura de Samurai X era conhecido como battousai (mestre do desembanhar da espada).
  • Vergil, o irmão do protagonista do jogo Devil May Cry, Dante, luta usando uma kataná e sua bainha em movimentos semelhantes aos do Iaido, repetindo muitas vezes o battou e o Nuki-uchi, no jogo Devil May Cry 3.

Referências

  1. a b Nakamura, Taizaburo; Guy H. Power & Takako Funaya. Thoughts on Iaido (html) (em Inglês). ""The correct name for iai-do is "batto-do". In the Muromachi period (1392-1572) the term "batto-jutsu" was used; it was only from the middle of the Edo period (1730s) that "iai-jutsu" began to be used. The correct naming of iaido is a separate issue to be addressed; I earnestly desire the adoption of either "iai batto-do" or "batto-do" as the official name""
  2. (Japonês) Revista Kendo Nippon: Páginas 83,84, jul/2004 "Iaido Dojo"]
  3. FIK. Sobre a FIK (html) (em inglês).
  4. FIK. FIK na GAISF (html) (em inglês).
  5. a b Ministério do Esporte. Entidades do Desporto (html) (em português).
  6. CBK. Academias Filiadas na CBK (html) (em português).
  7. Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu (html) (em Portugues).
  8. 水鴎流本部 碧雲舘道場 (Site oficial do Suio Ryu - Dojos) (html) (em Japonês). ""◎ 南米代表 代表 ジョージ岸川 稽古場所 サンパウロ、リオ、(他現在全35ヶ所)門下生 800名" Tradução Livre: Brasil: Representante Jorge Kishikawa 35 Lugares de treino, 800 alunos"
  9. (Japonês) Revista Kendo Nippon, Set/2007: Páginas 62-65 ""武の道 - 歩む歓び"; Ikeda Kiyonori
  10. Training (Site oficial do Hyoho Niten Ichi Ryu) (html) (em Japonês).
  11. O Livro dos Cinco Anéis, Gorin no Sho, Editora Conrad, 1ª Edição de Dezembro de 2006: Páginas 10-13,166-167, Miyamoto Musashi, com Apresentação do Shihan Gosho Motoharu, Introdução e Revisão Técnica do Sensei Jorge Kishikawa


Aikido
Aikido, aikidô ou aiquidô[Nt 1][1][2] (em japonês: 合気道, transl. aikidō) é uma arte marcial criada no Japão na década de 1940 pelo mestre Morihei Ueshiba (1883-1969), a quem os praticantes desta arte respeitosamente chamam Ô-Sensei ("grande mestre") ou fundador (a expressão sensei quer dizer aquele que sabe).
O fundador do aiquidô [3] nasceu no Japão no dia 14 de Dezembro de 1883 e faleceu em 26 de abril de 1969. Durante a infância, presenciando com frequência malfeitores espancarem seu pai por problemas políticos, decidiu fazer-se forte para poder se vingar. Tornou-se mestre em vários estilos de jiujutsu, espada e lança, mas, apesar de suas impressionantes capacidades físicas e marciais, sentia-se insatisfeito. Voltou-se para o estudo religioso, na esperança de encontrar um significado mais profundo para a vida e, pela combinação de seu treino com suas ideologias religiosas e políticas, criou a moderna arte marcial AIKIDO. Ueshiba decidiu-se pelo nome AIKIDO em 1942 (antes ele a denominou aikibudo e aikinomichi).
Ueshiba concebeu o aiquidô a partir da sua experiência com dezenas de artes marciais, sendo as principais o Daito-ryu aikijujutsu, com sensei Sokaku Takeda, o kenjutsu (técnica da espada) e o jojutsu (técnica do bastão curto), sendo outro de seus mestres Onisaburo Deguchi, líder da seita Oomoto-kyo, no Japão. Seus sucessores principais foram Kishomaru Ueshiba (1921 - 1999) e Moriteru Ueshiba (1951), descendentes e herdeiros.

Índice

[editar] Denominação

O termo aiquidô é composto por três caracteres kanji:
  • Ai : harmonia
  • Ki : energia
  •  : caminho
Em tradução livre, "caminho da harmonização das energias".
O termo pode ser achado no judô ou no kendo, ou na arte da caligrafia (shodō) ou do arranjo de flores (kadô). O termo aiki refere-se ao princípio da luta de absorver o movimento dos atacantes para controlar suas ações com o mínimo esforço. Se inspira no tao ou o todo ou o caminho, não se admitindo competição e onde o treino procura desenvolver sentimentos de fraternidade e cooperação. Baseia-se em movimentos fluidos e circulares. Além das técnicas de mãos vazias, os treinos também podem incluir armas: bokken ou bokutô (espada de madeira), (bastão curto) e tanken ou tantô (faca de madeira).
  • Em combate, não há o costume de recuar.
  • Se o adversário puxa o aiquidoca, este o empura e logo o gira.
  • Se o adversário avança, o aiquidoca o gira e tão logo o puxa.
  • Se especializa em torções dos membros superiores, bem como mãos e dedos, além de desequilíbrios.
Na sua teoria espiritual, parte fundamental da luta, o aiquidô busca a harmonia dos seres com uma energia universal chamada Ki, comum às práticas zen e à ioga. Este termo não tem uma tradução estrita para o português, podendo denotar diversos conceitos: respiração, sopro vital, espírito, energia ou intenção (nas imagens quem está aplicando a técnica é denominado tori ou nage e quem sofre a aplicação é chamado uke).

[editar] Estilos principais

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Tachiwaza nikkyo omote ou "técnica em pé, segundo princípio, forma frontal".
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Projecção.
Conforme sucedeu com outras artes marciais japonesas, depois que o fundador faleceu (sendo a figura unificadora), fatores internos levaram à fragmentação da modalidade e, assim, hoje a arte possui alguns estilos, a maioria criados por antigos alunos de O-Sensei. Por outro lado, alguns apontam que o aiquidô não possui estilos verdadeiros, eis que o próprio fundador admitia que os instrutores ensinassem conforme seu entendimento. [carece de fontes?]
  • Aikikai - É o pricipal estilo. Está relacionado à Fundação Aikikai no Japão encabeçada pelo Doshu ("mestre do caminho") Moriteru Ueshiba, neto do Fundador. Em caráter global, o estilo é representado pela International Aikido Federation (IAF). Diferentemente de outras escolas, no Aikikai cada mestre busca sua própria interpretação do aiquidô. Isso reflete em uma grande diversidade técnica dentro da organização, do "estilo". De qualquer maneira, a técnica é sempre fluída e não há competições de nenhuma forma.
  • Iwama - (conhecido como Iwama Ryu ou, mais recentemente, Iwama Juku) - Trata-se de um nome informal para o estilo de aiquidô ensinado por Morihei Ueshiba no dojo de Iwama no período do pré-Guerra. É comumente utilizadado para descrever a forma praticada por Morihiro Saito, um dos discípulos que estudou por mais tempo diretamente com O-sensei (de 1946 até 1969). O estilo de Iwama inclui um estudo combinado do Aiki-Jo (bastão), do Aiki-Ken (espada) e do Tai-jutsu (técnicas de mãos livres). Podemos encontrar praticantes do Iwama-ryu dentro e fora da fundação Aikikai. A maior organização independente do estilo é a Iwama Shin-Shin Aiki Shuren-kai, encabeçada por Hitohiro Saito, filho de Morihiro Saito.
  • Shin Shin Toitsu Aikido - também conhecido como Ki-Aikido, linha fundada por Koichi Tohei com base em seus estudos com o mestre Tempu Nakamura (fundador do Shin Shin Toitsu Do, ou caminho da unificação mente-corpo). Este sistema peculiar é caracterizado por técnicas muito sutis e fluidas, com ênfase no desenvolvimento da energia (ki).
  • Shodokan - também conhecido como Tomiki Aikido. Fundado pelo mestre Kenji Tomiki, o Shodokan Aikido é o único estilo que permite a competição, sendo uma mistura da forma original com o método de ensino do judô moderno. Incorpora várias formas de desequilíbrio, esquiva, golpes, torções, arremessos, rolamentos e giros no seu repertório técnico. Ele ensina desde técnicas tradicionais até técnicas desenvolvidas para o meio competitivo. O Shodokan engloba kata, treino livre, competição e defesa pessoal. A participação em competições não é obrigatória.
  • Yoshinkan - fundado por Gozo Shioda possui ênfase na eficiência em combate devido à qual é frequentemente visto como um estilo duro (hard style) em alternativa aos estilos concentrados na fluidez, estética e espiritualidade. É ensinado à polícia municipal de Tóquio.
  • Shin'ei Taido - criado pelo sobrinho do fundador, sensei Noriaki (Yoichiro) Inoue (1902-1994).
  • Korindo - criado por Minoru Hirai, antigo discípulo do Fundador no Aikikai Hombu Dojo em Tóquio. Foi esse mestre também o responsável pela criação do nome da arte marcial, quando em 1942 foi delegado da instituição perante o Butoku-kai.

[editar] Etiqueta

O motivo pelo qual se usa a calça Hakama reside no fato de que por suas sete pregas tem-se a representação das sete virtudes do Samurai, das quais uma é a Etiqueta (respeito), pelo que um aiquidoca deve dar muita atenção à etiqueta, principalmente dentro de um dojô.
O atual Doshu (Do= caminho; Shu= mestre), Moriteru Ueshiba, pratica o Cha No Yu (cerimônia do chá), que é em essência a prática da etiqueta.
Cada dojô tem suas peculiaridades sobre etiquetas e protocolos, mesmo no Japão, mas alguns comportamentos são mais claros a todos japoneses do que aos ocidentais não iniciados:
  • Ao adentrar e ao sair do dojô e do tatame, fazer reverência em direção ao Kamiza (altar Shintoísta) – Quando estiver entrando, a reverência representa seu sentimento de solicitação, de humildade. Quando estiver saindo, representa seu sentimento de gratidão.
  • Ao começar e terminar o treino, fazer reverência em Seiza (ajoelhado) ao Kamiza e ao Shidoin (instrutor).
  • Ao início e ao término da prática a dois, fazer uma reverência ao parceiro de treino. - Ao início pode-se dizer Onegai Shimasu (por favor), ou, mais formalmente Onegai Itashimasu. Ao término, pode-se dizer Arigatou Gozaimashita (Muito Obrigado), ou, mais formalmente, Domo Arigatou Gozaimashita.
  • Quando o Sensei (mestre) ou Shidoin (instrutor) estiver lhe dando orientações, permanecer na posição de Seiza (ajoelhado) e após o término, agradecer com uma reverência. – Permanecer nessa posição denota humildade para receber os ensinamentos, enquanto permanecer em pé seria como conversar com um colega.
  • Se precisar pedir instruções ao Sensei, não o chame. – Dirija-se ao Sensei para lhe pedir a instrução. Lembre-se que para o Samurai o discípulo é quem deve servir a seu mestre.
  • Pague a mensalidade em dia. - Aos olhos ocidentais, esta regra pode parecer materialista, mas a mensalidade é uma adaptação moderna do envelope que os discípulos depositavam no kamiza após o treino, como forma de agradecimento aos ensinamentos passados.
  • Não cruzar os braços dentro do Dojo.- No Japão, cruzar os braços é um sinal de desavença.
  • Não arregassar as mangas dentro do Dojo – No Japão, arregaçar as mangas é um sinal de desavença. Se não houver jeito, arregaçar as mangas para dentro.
  • Manter o Dogi (Do = caminho; Gi= vestimenta) em ordem. – Mantê-lo sempre limpo, bem-passado, com o Obi (faixa) alinhado e o paletó adequadamente fechado são sinais de disciplina.
  • Quando estiver no tatame, não apoiar as costas nas paredes.– Essa regra existe tanto pela questão disciplinar, quanto pelos aspectos marciais.

[editar] Principais técnicas

[editar] Técnicas de rolamento

O-Sensei Morihei Ueshiba dizia "caímos sete vezes e nos levantamos oito". Por ser basicamente um budô sem kumite, treina-se metade do treino como Tori (ou Nage, aquele que aplica o golpe, que se defende) e metade como Uke (aquele que recebe o golpe, que faz o ataque).
Por isso é essencial o eterno desenvolvimento não só das técnicas de Tori, mas também das técnicas de Uke, que incluem as técnicas de rolamento, ou quedas, ou ukemi (em japonês: 受身, ukemi?).
Filosoficamente, o espírito de "cair sete vezes e se levantar oito" representa os momentos em que as quedas na vida são inevitáveis. Nesses momentos o aiquidoca deve saber como se comportar durante a queda inevitável, preservando seus pontos vitais e também como erguer-se posteriormente.
Nas técnicas, representa o fato de que após as quedas o Uke não fica estendido ao chão, mas levanta-se utilizando a própria cinética da queda. Para tanto, o uke deve treinar intensamente essas quedas individualmente previamente para que quando for utilizá-las, as quedas sejam mais fluidas e mais eficazes. Daí porquê nos levantamos oito vezes.
  • Ushiro Hanten Ukemi - meia-queda para trás
  • Ushiro Kaiten Ukemi - queda completa para trás
  • Mae Kaiten Ukemi - queda completa para frente
  • Yoko Kaiten Ukemi - queda completa lateralmente
  • Yoko Hanten Ukemi - meia-queda lateralmente

[editar] Técnicas de ataque

Tanto as técnicas de ataque, quanto as de defesa, derivaram dos movimentos da espada. À época em os samurais ainda eram classe dominante no Japão, estes deveriam portar sempre duas espadas, uma faca, um leque e uma calça (hakama), tal como um homem ocidental hoje veste um terno com gravata. Dessa forma, independentemente de ele saber manejar habilmente uma espada, portaria as duas espadas e os estilos de Kobudô (os diversos estilos de Bujutsu) foram formados em uma sociedade militar que convivia diariamente com a espada.
As técnicas de segurar os pulsos eram bastante comuns para evitar o saque de uma espada ou para desarmar um oponente.
Filosoficamente, a modalidade não se utilizam falsos ataques, pois a intenção de um aiquidoca deve ser sempre sincera e precisa, devendo ter em mente que quando está treinando na posição de uke, ainda está treinando, e por isso tem que manter o mesmo espírito e princípios durante o treino inteiro.
Por essa razão que no Kihon Waza (treino básico) não há imposição de resistência contra o Nage (assim como não há resistência do Nage contra o Uke), não há técnicas de chute (assim como o Nage também não desfere chutes contra o Uke), a não ser que o Shidoin (instrutor) solicite um treino dessa forma (Oyou Waza).
A inicitiva do movimento parte do nage e, portanto, treina-se Kihon Waza com os ataques em início. Assim, deve-se encarar que as técnicas de ataque seriam apenas o começo de um ataque completo e um uke tentando resistir à defesa contra um katate tori, por exemplo, seria como se o ataque terminasse no agarramento ao pulso, que na verdade seria a inicitiva de um outro ataque, como um atemi ou mesmo um golpe de nage.
Basicamente todas as técnicas de ataque de pé (Tachi Waza) possuem sua variação com ambos Uke e Nage ajoelhados (Suwari Waza) e com Uke em pé e nage ajoelhado (Hanmi Handachi), além das técnicas com múltiplos Uke (Futari Gake, dois Uke; San Nin Gake, três pessoas; Yon Nin Gake, quatro pessoas,…), técnicas de bukiwaza (armas), que podem ser com ambos munidos de armas (Kumi Tachi e Kumi Jo) ou com apenas o Uke munindo armas (Tachi Dori, Jo Tori e Tanto Dori) e as técnicas mistas, com mais de um ataque combinado.
A palavra Tori tem a variante Dori conforme a palavra precedente e também pode ser escrita com o Kanji (ideograma) Mochi, com um significado mais sutil em relação ao Tori, que teria um tom mais agressivo comparativamente.

[editar] Mae Waza (ataques pela frente)

Um dos princípios do aiquidô é o Zanshin, o espírito sempre alerta. Dessa forma o aiquidoka tenta sempre manter seus Uke ao alcance de sua visão.
  • Shomen Uti - "ataque reto". No Kihon Waza treina-se Shomen Uti, com mais(distância) a meia-distância, deslocando-se em direção ao Nage desferindo-lhe um golpe com a faca da mão, partindo o ataque do topo da cabeça em direção ao topo da testa do Nage. Como variação, pode ser utilizado para descrever qualquer ataque que venha em direção reta ao Nage, tal como o Mae Geri (chute reto).
  • Yokomen Uti - "ataque lateral". No Kihon Waza treina-se Yokomen Uti, com maai(distância) a meia-distância, deslocando-se lateralmente ao Nage desferindo-lhe um golpe com a faca da mão, partindo o ataque do topo da cabeça em direção à região parietal do Nage. Como variação, pode ser utilizado para descrever qualquer ataque que venha em direção lateral ao Nage, tal como o Mawashi Geri (chute circular) .
  • Ai Hanmi Katate Dori - também chamado de Kosa Dori . Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Hanmi (com corpo lateralmente exposto) e segura, com a mão do mesmo lado que o pé à frente, o pulso do nage em posição de saque de espada (mão exposta à frente mais próxima ao pé do lado oposto ou ao centro do corpo).
  • Gyaku Hanmi Katate Dori - também chamado simplesmente de Katate Dori . Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Hanmi (com corpo lateralmente exposto) e segura, com a mão do mesmo lado que o pé à frente, o pulso do nage em posição de kamae (mão exposta à frente mais próxima ao pé que está à frente).
  • Katate Ryote Dori ou Morote Dori - Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Hanmi (com corpo lateralmente exposto) e segura, com ambas as mãos, o pulso do nage em posição de kamae (mão exposta à frente mais próxima ao pé que está à frente).
  • Ryote Dori - Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Hanmi (com corpo lateralmente exposto) e segura os dois pulsos do nage em posição de kamae (mão exposta à frente mais próxima ao pé que está à frente).
  • Kata Sode Tori - "Manga proximal do Nage". Também chamado de Oku Sode Tori (quando se referir à parte mais distal da manga do Nage) ou simplesmente de Kata Dori (Ombro do Nage). Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Hanmi (com corpo lateralmente exposto) e segura, com a mão do mesmo lado que o pé à frente, a manga do nage em posição de kamae (mão exposta à frente mais próxima ao pé que está à frente).
  • Muna Dori - "peito do Nage". Variação do Kata Sode Tori, segurando a gola do Dogi do Nage ao envés da manga. Este ataque é executado pensando-se em um Shime (estrangulamneto) ou em conjunto com o Kata Sode Tori para executar um Nage Waza (técnica de projetar, derrubar).
  • Shomen Tsuki - "soco reto", também chamado de Choku Zuki , no sentido de estocada. Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Hanmi (com corpo lateralmente exposto) desferindo um soco reto em direção ao ventre do Nage. Uma de suas variações chama-se Men Tsuki, o soco em direção ao rosto e outra chama-se Muna Tsuki, o soco em direção ao peito.

[editar] Ushiro Waza (ataques pelas costas)

Embora se treine manter o Uke na linha de visão, no aiquidô também se treinam técnicas com os ataques vindos pelas costas para o desenvolvimento da sensibilidade. Em Dojo (local de treino) em que haja espelhos, deve-se treinar sem olhar para eles ou se perde o sentido de se treinar Ushiro Waza.
Os ataques podem ser realizados em I-Dori , com o Nage parado aguardando o golpe vir pelas costas, ou em Awase , quando o Uke tenta completar um ataque pelas costas, mas o Nage se movimenta de forma a não deixar o ataque vir pelas costas.
  • Ushiro Katate Tori - "segurar o pulso do nage pelas costas". Também chamado de Ushiro Ryo-katate Dori (segurar ambos os pulsos do nage pelas costas), ou de Ushiro Ryo-Katate-kubi Tori (Te-Kubi seria a palavra mais exata para pulso, enquanto Te seria apenas mão). Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Ushiro(com corpo atrás do Nage) e segura os dois pulsos do nage, segurando primeiramnete o pulso mais próximo.
  • Ushiro Kata Dori - também Ushiro Ryo-Kata Dori . Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Ushiro(com corpo atrás do Nage) e segura as duas mangas do nage, à altura dos ombros, segurando primeiramente a manga do lado mais próximo.
  • Ushiro Muna Dori - também Ushiro Katate Muna Dori , Ushiro Kubi Shime e Ushiro Katate Kubi Shime . Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Ushiro(com corpo atrás do Nage) e segura um pulso do nage e com o outro ante-braço envolve o pescoço do nage (quando Kubishime) ou faz, com este ante-braço um estrangulamento utilizando a gola da frente do nage (quando Muna Dori), segurando primeiramente o pulso do lado mais próximo.
  • Ushiro Eri Tori - Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Ushiro(com corpo atrás do Nage) e segura a gola de trás do Nage.
  • Ushiro Kakae Dori - "abraçar por trás". Com Maai a média distância, o Uke se desloca em posição de Ushiro(com corpo atrás do Nage) e abraça o uke na altura do tronco, envolvendo também seus braços. A Variação com o abraço direto no tronco, passando por baixo dos braços do Nage chama-se Ushiro Koshi-Kakae Dori .

[editar] Posturas

As 3 posturas básicas do aiquidô também vém das posturas da espada, com os pés na posição de L, sendo o pé que está à frente correspondente ao mesmo lado da mão que está à frente e alinhando umbigo, mão, dedão do pé e posição do olhar. São elas:
  • Chudan no Kamae - posição das mãos à meia-altura.
  • Jodan no Kamae - posição das mãos à altura da visão.
  • Gedan no Kamae - posição das mãos em direção ao chão.

[editar] Técnicas de movimentação

Dividem-se em Ashi Sabaki, Tai Sabaki, Te sabaki e Me Tsuke. O ideograma de Sabaki representa uma costureira cortando um tecido com sua tesoura. Da mesma forma o sabaki deve ser executado em um movimento só.
  • O aiquidoca deve vislumbrar o caminho a ser percorrido pelo sabaki e executá-lo em um tempo, tal qual a costureira traçando seu caminho com a tesoura.
  • Didaticamente ensina-se os Shoshinsha (iniciantes) passo-a-passo, mas deve-se ter em mente que após aprender o movimento, deverá executá-lo em um tempo.
  • Undo significa exercício.

[editar] Ashi Sabaki

"Movimento das pernas", também chamado de Un-soku (sensação das solas dos pés). Consiste no treino focado na movimentação dos pés.
  • Tsugi Ashi Undo - "pés deslizantes". Partindo da posição de kamae, o pé que está à frente é deslizado um passo à frente e o segundo pé se aproxima, voltando à posição inicial.
  • Okuri Ashi Undo - "pés que empurram". Partindo da posição de kamae, o pé que está atrás é deslizado meio passo em direção ao pé que está à frente e então outro pé se desloca à frente, voltando à posição inicial.
  • Ayumi Ashi Undo - "pés naturais". Entende-se como os passos dados de forma natural, considerando o caminhar do samurai. Um passo é dado por vez, alternando-se os pé que estão à frente, mas voltando sempre à posição de kamae a cada passo.
  • Shikko - Equivalente ao Ayumi Ashi em Suwari Waza. Do Kamae ajoelhado, caminha-se erguendo-se os joelhos e alternando-se o joelho que está à frente.

[editar] Tai Sabaki

Movimentação do corpo. Está ligado à movimentação do Tanden (região abaixo do umbigo, também chamada de Ponto Um, Saika Tanden, Saika no Itten, Kangen ou de Hara (barriga)).
  • Irimi Undo
  • Ten Shin Undo
  • Ten Kan Undo também chamado de Ten Kai
  • Kaiten Ashi Undo também chamado de Mawashi Ashi e de Kaiten Mawashi
  • Irimi Tenkan Undo também chamado de Zen Poko Hou Tenkan
  • Sai Undo

[editar] Te Sabaki

Movimentação das mãos.

[editar] Me tsuke

Posição do olhar.

[editar] Técnicas de Defesa

[editar] Formas Omote e Ura

Basicamente todos os golpes podem ser executados na forma Omote Waza e Ura Waza. Estes conceitos podem variar, mas estão ligados aos conceitos de Yin e Yang. Algumas das definições são:
  • Omote Waza - quando o nage se move pela frente do uke; quando o nage, após executar o golpe, moveu-se para frente de onde estava incialmente; quando o nage executa um movimento reto; quando o Nage executa um movimento incisivo, ativo; quando o movimento é correto.
  • Ura Waza - quando o nage se move por trás do uke; quando o nage, após executar o golpe, voltou sua frente para trás de onde estava inicialmente; quando o nage executa um movimento redondo; quando o nage executa um movimento receptivo, mais passivo; quando o movimento é de contra-golpe.

[editar] Osae Waza

  • Técnicas de imobilização
    • Dai Ikkyo - No Brasil a gramática foi prejudicada em função da didática e é escrito como Dai Ichi Kyo. Antes da Segunda Guerra, seu nome era Ude Osae. No Yoshinkan é chamado de Ikkajo.
    • Dai Ni Kyo - Antes da guerra, seu nome era Kote Mawashi. No Yoshinkan é chamado de Nikkajo. Consiste na torção para baixo do pulso do Uke.
    • Hiji gime - variação do Dai Ni Kyo, com alavanca aplicada ao cotovelo do uke.
    • Dai San Kyo - Antes da Segunda Guerra era chamado de Kote hineri. No Yoshinkan é chamado de Sankajo. Consiste na torção para cima do pulso do Uke.
    • Dai Yon Kyo - Antes da Segunda Guerra era chamado de TeKubi Osae. Consiste na torção aliada à pressão no pulso do Uke.
    • Dai Go Kyo

[editar] Nage Waza

  • Técnicas de projeção
[editar] Shiho Nage
Técnica: Shiho Nage é a técnica de projeção na qual o Tori encaixa suas duas mãos em um dos pulsos do Uke, fazendo um giro com o corpo de 180 graus , elevando o braço do Uke dobrado com o cotovelo acima de sua cabeça e derrubando-o com a condução de seu pulso em direção ao chão.
Simbologia: A tradução literal de Shi-Ho seria "as quatro direções", mas de acordo com Stevens,J., Shiho também seria olhar para o mundo em todos os seu aspectos, considerar as coisas em todos os seus ângulos, e ser capaz de se mover em qualquer direção necessária, representando as diferentes virtudes: leste, o conhecimento; sul, o crescimento; o oeste, a liberação; e o norte, a força.
  • Irimi Nage
  • Kaiten Nage
  • Kote Gaeshi
  • Kokyu Nage
  • Sumi Otoshi
  • Aiki Otoshi
  • Koshi Nage
  • Kubi Ate Mae Kokyu Nage
  • Ago Ate
  • Tenchi Nage
  • Juji Garame

Bōjutsu

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Bōjutsu (em japonês: 棒術; lit. "arte ou técnica do bastão") é uma arte marcial japonesa. Em particular, em artes marciais japonesas, costuma-se usar o rokushaku-bō (em japonês: 六尺棒, rokushaku-bō?), o bastão de seis shaku, correspondendo a 181,8cm.
Existem vários estilos de bōjutsu que foram transmitidos até hoje.
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http://bits.wikimedia.org/skins-1.17/common/images/magnify-clip.png
Bōjutsu do estilo hyōhō niten ichi-ryū
As técnicas de bastão mais conhecidas no Brasil são as referentes ao kobudo de Okinawa, difundidas como prática complementar ao caratê. Entretanto, tais técnicas não possuem nenhuma relação com as técnicas dos estilos tradicionais de bōjutsu, tendo origens distintas.
Entre os estilos de bōjutsu que existem atualmente destacam-se:
Existem alguns poucos praticantes do bōjutsu tradicional no Brasil. Entre eles podemos citar o mestre Jorge Kishikawa, menkyo kaiden (graduação máxima), que pratica o bōjutsu do estilo tenshin shōden Katori shintō-ryū e os alunos do Instituto Niten, que praticam o bōjutsu do estilo hyōhō niten ichi-ryū.

[editar] Ligações externas

Artigo sobre os diversos tipos de bō e sobre o bōjutsu do estilo hyōhō niten ichi-ryū

Bujutsu

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Bujutsu (em japonês: 武術, Bujutsu? lit. técnica marcial) é o conjunto das artes marciais tradicionais japonesas. Faziam parte do treinamento militar dos samurais (ou bushi) para uso na guerra.
Algumas das principais disciplinas do bujutsu eram:
A prática delas era monopólio do estamento guerreiro. Por lei, apenas os bushi podiam praticá-las. Foi assim até a Restauração Meiji.


Jiu-jitsu

O jiu-jitsu ou jiu-jítsu, também conhecido pelas grafias jujutsu ou ju-jitsu (em japonês 柔術, transl. , "suavidade", "brandura", e jutsu, "arte", "técnica" [1] (jiu jitsu é a denominação da arte e jiu "jutsu" é a denominação da arte de suave) era uma arte marcial japonesa que utiliza alavancas e pressões para derrubar, dominar e submeter o oponente, tradicionalmente sem usar golpes traumáticos, que não eram muito eficazes no contexto em que a luta foi desenvolvida, porque os samurais (bushi) usavam armaduras.
No Japão, o termo judô foi usado para se diferenciar do antigo ju-jitsu, quando Jigoro Kano desenvolveu um método pedagógico reunindo as técnicas do ju-jitsu. Os ideogramas Kanji japoneses de Ju jitsu, podem receber diferentes pronúncias. O ideograma "jiu" de jiu-jitsu (柔術) e "ju" de judô (柔道), são na verdade o mesmo.
Basicamente no Jiu-Jitsu usa-se a força (própria e, quando possível, do próprio adversário) em alavancas, o que possibilita que um lutador, mesmo sendo menor que o oponente, consiga vencer. No chão, com as técnicas de estrangulamento e pressão sobre articulações, é possível submeter o adversário fazendo-o desistir da luta (competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou quebrando-lhe uma articulação.

Índice

[esconder]

[editar] História

O Jiu-jitsu era a arte de combate corpo-a-corpo samurai, que com o fim dos samurais na era Meiji, ficou sendo marginalizado. Jigoro kano mestre de jiu-jitsu japones, criou uma pedagogia revolucionaria que ficou conhecida como Kano Jiu-Jitsu que depois por motivos políticos ficou conhecido como judô (uma arte que usa os mesmos principios de combate do antigo jiu-jitsu mas, que ia além disto, estudava também o caminho do homem na sociedade).

[editar] Jiu-jitsu no Brasil

Anos depois, na época de expanssão do Kano Jiu-Jitsu, em 1917, Mitsuyo Maeda, também conhecido como conde Koma, foi enviado ao Brasil em missão diplomática com o objetivo de receber os imigrantes japoneses e fixá-los no país.
Sensei da Academia Kodokan de judô, Maeda ensinou Carlos Gracie em virtude da afinidade com seu pai, Gastão Gracie. Carlos por sua vez ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie. Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano a Carlos, e esse o repassou a Hélio, que era o mais franzino dos Gracies, adaptando-o com grande enfoque no Ne-Waza - técnicas de solo do judô, ponto central do jiu-jitsu esportivo brasileiro. Para compensar seu biotipo, a partir dos ensinamentos de Carlos, Hélio aprimorou a parte de solo pelo uso do dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que o mesmo não dispunha. Em uma recente entrevista, Hélio Gracie afirma que "Carlos lutava judô", que "Não 'existe' mais Jiu-Jitsu no Japão, e que os lutadores de Newaza japoneses que praticam MMA hoje em dia, são essencialmente Judocas" e finalmente que "Criou o Jiu-Jitsu existente hoje.". É certo que o jiu-jitsu tradicional se muito difere do praticado e criado por Hélio e Carlos no Brasil atualmente.

[editar] Estilos praticados no Brasil

Ver artigos principais: Jiu-jitsu brasileiro, Morganti ju-jitsu.
  • Jiu-jitsu desportivo conhecido como Jiu-jitsu brasileiro ou Gracie Jiu-Jitsu
  • Morganti Ju-jitsu

[editar] Em Portugal

Actualmente ainda se pratica o jujutsu associado aos samurais do antigo Japão. Note-se que no caso dessa arte tradicional as palavras ju (flexibilidade, gentil, suave) e jutsu (arte) são diferentes das jiu-jitsu mais utilizadas para classificar o chamado jiu-jitsu brasileiro, criado pelos irmãos Gracie. Crê-se que essa vertente tenha sido propagada na Europa por Minoru Mochizuki.
No caso do jujutsu tradicional são utilizadas armas como o tanto (faca), o tambo (bastão), o kubotan ou kashinobo (semelhante a uma caneta), a tonfa (utilizada pelas forças policiais), o bo (bastão comprido) e a katana, entre outros.
Tendo a vertente de defesa pessoal, militar ou policial compreende técnicas de batimento, projeção, imobilização, controle, estrangulamento e reanimação, além de poder ser combinado com as técnicas de massagem terapêutica (shiatsu ou seitai).
A maior diferença entre os estilos tradicional e brasileiro talvez seja o uso de diferentes armas (bukiwaza) e também uma menor utilização da luta no chão no jujutsu tradicional, sendo que esse utiliza também técnicas de controle como o hojojutsu. Nessa arte também as graduações são diferentes, além de um maior vínculo aos usos e tradições japonesas. A ligação ao mestre é muito forte e são utilizadas com muita freqüências expressões e nomes japoneses no tocante às técnicas.

[editar] Graduação

[editar] Jiu-jitsu Faixas

  • Branca (permanencia mínima de um ano)
  • Amarela (até 15 anos)
  • Laranja (até 15 anos)
  • Verde (até 16 anos)
  • Azul (Varia com o desempenho do atleta, normalmente 1 ano e meio, a 2 anos)
  • Roxa (Varia com o desempenho do atleta, normalmente 2 anos)
  • Marrom (Varia com o desempenho do atleta, normalmente 1 ano e meio )
  • Preta
  • Coral (Vermelho e preto - Mestre)
  • Vermelha (Grande Mestre)

[editar] Jiu-jitsu de contato

Judô

Judô (português brasileiro) ou Judo (português europeu) (柔道 Juu Dou - "caminho suave" ou "caminho da suavidade"[1], em língua japonesa) é um desporto praticado como arte marcial, fundado por Jigoro Kano em 1882[1]. Os seus principais objetivos são fortalecer o físico , a mente e o espírito de forma integrada, para além de desenvolver técnicas de defesa pessoal.
O Judo teve uma grande aceitação em todo o mundo, pois Kano conseguiu reunir a essência dos principais estilos e escolas de jujutsu, arte marcial praticada pelos "bushi", ou cavaleiros durante o período Kamakura (1185-1333), a outras artes de luta praticadas no Oriente e fundi-las numa única e básica. O Judô foi considerado desporto oficial no Japão nos finais do século XIX e a polícia nipônica introduziu-o nos seus treinos. O primeiro clube judoca na Europa foi o londrino Budokway (1918).
A vestimenta utilizada nessa modalidade é o keikogi (kimono), que no judô recebe o nome de judogi e que, com o cinturão, forma o equipamento necessário à sua prática. O judogi que é composto pelo casaco (Uwagui),pela calça(Shitabaki) e tambem pela faixa(Obi)pode ser branco ou azul, ainda que o azul seja quase apenas utilizado para facilitar as arbitragens em campeonatos oficiais.
Com milhares de praticantes e federações espalhados pelo mundo, o judô se tornou um dos esportes mais praticados, representando um nicho de mercado fiel e bem definido. Não restringindo seus adeptos a homens com vigor físico e estendendo seus ensinamentos para mulheres, crianças e idosos, o judô teve um aumento significativo no número de praticantes.
Sua técnica utiliza basicamente a força e equilíbrio do oponente contra ele. Palavras ditas por mestre Kano para definir a luta: "arte em que se usa ao máximo a força física e espiritual". A vitória, ainda segundo seu mestre fundador, representa um fortalecimento espiritual.

Índice

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[editar] História

[editar] Decadência e renascimento do Ju Jutsu

Em 1864, o comandante Matthew Perry, comandante de uma expedição naval americana, obrigou o Japão a abrir seus portos ao mundo com o tratado "Comércio, Paz e Amizade". Abrindo seus portos para o ocidente, surgiu na Terra do Sol Nascente uma tremenda transformação políticos-social, denominada Era Meiji ou "Renascença Japonesa", promovido pelo imperador Mitsuhyto Meiji (1868-1912). Anteriormente, o imperador exercia sobre o povo influência e poderes espirituais, porém com a "Renascença Japonesa" ele passou a ser o comandante de fato da Terra das Cerejeiras.
Nessa dinâmica época de transformações e inovações radicais, os nipônicos ficaram ávidos por modernizar-se e adquirir a cultura ocidental. Tudo aquilo que era tradicional ficou um pouco esquecido, ou melhor, quase que totalmente renegado. Os mestres do jujutsu perderam as suas posições oficiais e viram-se forçados a procurar emprego em outros lugares. Muitos se voltaram então para a luta e exibição feitas.
A ordem proibindo os samurais de usar espadas em 1876 assinalou um declínio em todas as artes marciais, e com o jujitsu não foi uma exceção.
Tempos depois existiu uma onda contrária às inovações radicais. Havia terminado a onda chamada febre ocidental. O jujutsu foi recolocado na sua posição de arte marcial, tendo o seu valor reconhecido, principalmente pela polícia e pela marinha. Apesar de sua indiscutível eficiência para a defesa pessoal, o antigo jujutsu não podia ser considerado um esporte[2], muito menos ser praticado como tal. As regras não eram tratadas pedagogicamente, ou mesmo padronizadas. Os professores ensinavam às crianças os denominados golpes mortais e os traumatizantes e perigosos golpes baixos genitais[2]. Sendo assim, quase sempre, os alunos menos experientes faixas brancas a machucavam-se seriamente. Valendo-se de sua superioridade física, os maiores chegavam a espancar os menores e mais fracos. Tudo isso fazia com que o jujutsu gozasse de uma certa impopularidade, especialmente entre as pessoas mais esclarecidas.

[editar] Nascimento

Jigoro Kano
Baseado nesses inconvenientes,um jovem que na adolescência se sentia inferiorizado sempre que precisava desprender muita energia física para resolver um problema, resolveu modificar o tradicional jujutsu, unificando os diferentes sistemas, transformando-o em um veículo de educação física[2].
Pessoa de alta cultura geral, ele era um esforçado cultor de jujutsu. Procurando encontrar explicações científicas aos golpes, baseados em leis de dinâmica, ação e reação, selecionou e classificou as melhores técnicas dos vários sistemas de jujutsu,juntamente com os imigrantes japoneses dando ênfase principalmente no ataque aos pontos vitais e nas lutas de solo do estilo Tenshin-Shinyo-Ryu e nos golpes de projeção do estilo Kito-Ryu. Inseriu princípios básicos como os do equilíbrio, da gravidade e do sistema de alavancas nas execuções dos movimentos lógicos.
Estabeleceu normas a fim de tornar o aprendizado mais fácil e racional. Idealizou regras para um confronto esportivo, baseado no espírito do ippon-shobu(luta pelo ponto completo). Procurou demonstrar que o jujutsu aprimorado, além de sua utilização para defesa pessoal, poderia oferecer aos praticantes, extraordinárias oportunidades no sentido de serem superadas as próprias limitações do ser humano.
Jigoro Kano tentava dar maior expressão à lenda de origem do estilo Yoshin-Ryu (Escola do Coração de Salgueiro), que se baseava no princípio de "ceder para vencer", utilizando a não resistência para controlar, desequilibrar e vencer o adversário com o mínimo de esforço. Em um combate, o praticante tinha como o único objetivo a vitória. No entender de Kano, isso era totalmente errado. Uma atividade física deveria servir, em primeiro lugar, para a educação global dos praticantes. Os cultores profissionais do jujutsu não aceitavam tal concepção. Para eles, o verdadeiro espírito do jujutsu era o shin-ken-shobu (vencer ou morrer, lutar até a morte).
Por suas idéias, Jigoro Kano era desafiado e desacatado insistentemente pelos educadores da época, mas não mediu esforços para idealizar o novo jujutsu, diferente, mais completo, mais eficaz, muito mais objetivo e racional, denominado de judô. Chamando o seu novo sistema de judô, ele pretendeu elevar o termo "jutsu" (arte ou prática) para "do", ou seja, para caminho ou via, dando a entender que não se tratava apenas de mudança de nomes, mas que o seu novo sistema repousava sobre uma fundamentação filosófica[1].
Em fevereiro de 1882, no templo de Eishoji de Kita Inaritcho, bairro de Shimoya em Tóquio, Jigoro Kano inaugura sua primeira escola de Judô, denominada Kodokan[3] (Instituto do Caminho da Fraternidade), já que "Ko" significa fraternidade, irmandade; "Do" significa caminho, via; e "Kan", instituto.

[editar] No Brasil

No final da década de 10 e início da década de 20, Takaharu (ou Takaji) Saigo, 4o dan de judô, ensinava a arte na cidade de São Paulo, em sua academia localizada na Rua Brigadeiro Luiz Antonio. Em 1922 e 1923, ele chegou a fazer demonstrações da arte perante personalidades políticas e militares da época e teve alunos tanto japoneses quanto não japoneses. Diz-se que Takaharu Saigo era neto de Takamori Saigo, um dos homens mais importantes da Restauração Meiji no Japão.
O conde Coma (Mitsuyo Maeda), como também era conhecido, fez sua primeira apresentação em Porto Alegre. Partiu para as demonstrações pelos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, transferindo-se depois para o Pará em outubro de 1925,[4] onde popularizou seus conhecimentos dessa arte. Outros mestres também faziam exibições e aceitavam desafios em locais públicos. Mas foi um início difícil para um esporte que viria a se tornar tão difundido.
Um dos primeiros torneios de judô foi realizado no dia 01 de maio de 1931 na cidade de Araçatuba, estado de São Paulo. Organizado por Yuzo Abematsu, 4o dan e ex-professor de judô da Escola Superior de Agronomia de Kagoshima, da Segunda Escola de Ensino Médio e do Batalhão da Polícia do Exército do Japão, o torneio incluiu lutas contra boxe e luta greco-romana.
O judô no Brasil passou a ser organizado e largamente difundido a partir de agosto de 1933, com a fundação da Hakkoku Jûkendô Renmei, a Federação de Judô e Kendô do Brasil, por ocasião do 25o aniversário da imigração japonesa ao Brasil. Do lado do judô, foram membros fundadores as seguintes personalidades: Katsutoshi Naito, Tatsuo Okochi, Teruo Sakata e Zensaku Yoshida.
Nessa época, além dos quatro mestres supracitados, o judô no Brasil contava também com o mestre Tomiyo Tomikawa e com Shigejiro Fukuoka, mestre de jujutsu tradicional. Estes seis mestres eram os principais expoentes do judô na época, dentro do âmbito da Hakkoku Jûkendô Renmei.
Um fator relevante na história do judô foi a chegada ao país de um grupo de nipônicos em 1938. Tinham como líder o professor Ryuzo Ogawa e fundaram a Academia Ogawa, com o objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, por meio do esporte do quimono. Apesar de Ryuzo Ogawa ser um mestre de jujutsu tradicional, chamou de Judô a arte marcial que lecionava quando este nome se popularizou. Portanto, ensinava um estilo que não era exatamente o Kodokan Judo, o que não diminui sua enorme contribuição ao começo do Judô no Brasil. Daí por diante disseminaram-se a cultura e os ensinamentos do mestre Jigoro Kano e em 18 de março de 1969 era fundada a Confederação Brasileira de Judô, sendo reconhecida por decreto em 1972. Hoje em dia o judô é ensinado em academias e clubes e reconhecido como um esporte saudável que não está relacionado à violência. Esse processo culminou com a grande oferta de bons lutadores brasileiros atualmente, tendo conseguido diversos títulos internacionais.

[editar] Academia Terazaki

Réplica do primeiro templo de judô do Japão, o Kodokan, a Academia Terazaki, ou Clube Recreativo de Suzano Judô Terazaki, é a primeira academia de Judô da América e começou a ser construída no ano de 1937 por Tokuzo Terazaki, que idealizava difundir os ensinamentos do judô. A conclusão foi em 1952 e na construção contou com o apoio de muitas pessoas ligadas à colônia e até do Japão. A academia fica localizada na cidade de Suzano, região metropolitana de São Paulo.
Tokuzo Terazaki, ou mestre Terazaki, como é conhecido por seus discípulos, nasceu em 16 de agosto de 1906 em uma aldeia chamada Tominami, entre as cidade de Sihinjo e Yamagata, no Japão. Filho do sr. Tsuruki e D. Shingue, foi o terceiro filho.
Depois de terminar o curso primário, foi para a cidade de Yamagata onde matriculou-se na escola agrícola. Logo depois migrou para Tóquio, onde trabalhava na indústria Kubota de Ferro. Nas horas de folga treinava na academia do sr. Torakiti, Masateru Futakawa, onde aprendeu ju-jutsu com os fundadores do estilo.
Mais tarde no Kodokan, sob a instrução do mestre Mifune conseguiu título de graduado. Atualmente, as aulas na academia Terazaki são ministradas pelo sensei Celso Tochiaki Kano, que foi aluno do mestre Terazaki e segue os passos.
Em 1928, mestre Terazaki casou-se com D. Kiyoe, tendo como padrinho o professor Futakawa. Kiyoe trabalhava na Kanebo, uma empresa de tecelagem e fiação, que mais tarde Terazaki conheceu o presidente por meio da esposa e quando este iniciou a exploração na região da Amazônia, Terazaki colaborou na convocação de voluntários para a imigração. Além de convocar, decidiu participar da imigração chegando em Belém no Pará, em 1929. Sua chegada, marcada pela epidemia de malária e o poço em que utilizavam para estava infestado de amebas. Na época, dezenas de pessoas morreram, incluindo Teruko, a filha de Terazaki.
Em 1933, da ligação que teve com Katsutoshi Naito em Tóquio no Kodokan, veio a influência da vinda a Suzano, onde após quatro anos na Amazônia, chega a cidade, onde atua no cultivo de morangos na plantação de Naito.
Enquanto atuava na agricultura, crescia a fama de sua técnica como judoca e frequentemente era convidado a ensinar a arte marcial em Suzano. Em 1934, após um ano de trabalho na plantação de Naito, Terazaki compra um terreno no Bairro da Vila Urupês, em Suzano, onde abriu uma academia de judô e também fazia atendimento a todos os casos de fratura óssea e técnica ortopédica em geral de forma voluntária.
Após a II Guerra mundial, foi organizada uma associação de graduados em judô. O presidente foi Katsutoshi Naito e Terazaki era vice. Com o aumento de adeptos veio a seguir a necessidade de organizar a Federação Nacional de Judô.
Das demonstrações da modalidade a Marinha veio a introdução da modalidade no exército. Na mesma época com o apoio de seus discípulos, amigos, iniciou-se campanha para angariar recursos para a construção da academia. Os resultados discípulos abriram academias por Estados brasileiros como Rio de Janeiro, pelo exercito, polícia
Outra faceta pouco conhecida do mestre é a fama de deus do Izumo, ou [Santo Antônio], o santo casamenteiro pela facilidade de unir casais, que foram ao menos 400.
Pelos trabalhos prestados a policia militar do Rio de Janeiro, a academia de Agulhas Negras e a policia rodoviária recebeu várias condecorações. Em 1958 recebeu titulo de cidadão suzanense.

[editar] Os três princípios

Os princípios que inspiraram Jigoro Kano quando da idealização do judô foram os três seguintes:
  • Princípio da Máxima Eficiência com o mínimo de esforço (Seiryoku Zen’Yo)
  • Princípio da Prosperidade e Benefícios Mútuos (Jita Kyoei)
  • Princípio da Suavidade, ou seja, o melhor uso de energia (Ju)

[editar] Graduações

Os judocas são classificados em duas graduações: kiu e dan[5].
As promoções no judô baseiam-se em exames que incidem sobre requisitos tais como: duração de tempo de treino, idade, caráter moral, execução das técnicas especificadas nos regulamentos[6] e comportamento em competições. No caso de promoção de kiu(classificação), faixa branca a marrom é outorgada pela associação, no caso de promoção as graduações de dan, até 5º dan são realizadas pela banca examinadora da Liga ou Federação Estadual, as outras graduações superiores pela Confederação Nacional.
Os graus no Judô dividem os alunos nos grupos: Dangai (da faixa branca à marrom)[6] Yudan (do 1º ao 5º Dan) [6]Kodanshas (faixa "coral" e faixa vermelha)[6]. O mais alto grau concedido é a extremamente rara faixa vermelha Judan (10º Dan) que até o ano de 2009 fora concedida apenas a 15 homens, sendo que até a referida data 3 estão vivos (Toshigo Daigo, Ishiro Abe, Yoshimi Osawa) os três promovidos dia 08/01/2006 pelo Kodakan.

[editar] Graduações Kiu

Há oito graus de kiu (seis em Portugal)[7], os quais se distinguem pelas cores das faixas:
KIU
Zero KIU Mukiu Faixa Branca
KIU Nanakiu ou Shichikiu Faixa Cinza
KIU Rokukiu Faixa Azul
KIU Gokiu Faixa Amarela
KIU Yonkiu ou Shikyu Faixa Laranja
KIU Sankiu Faixa Verde
KIU Nikyu Faixa Roxa
KIU Ikiu Faixa Castanha
Cores das Faixas na Europa
Branca Judo white belt.PNG
Amarela Judo yellow belt.PNG
Azul Escura Judo blue belt.PNG
Laranja Judo orange belt.PNG
Verde Judo green belt.PNG
Azul Judo blue belt.PNG
Castanho(PE)/ Marrom(PB) Judo brown belt.PNG
Preta Judo black belt.PNG
[8]
Cores das Faixas em Portugal
Branca Judo white belt.PNG
Amarela Judo yellow belt.PNG
Laranja Judo orange belt.PNG
Verde Judo green belt.PNG
Azul Judo blue belt.PNG
Castanho(PE)/ Marrom(PB) Judo brown belt.PNG
Preta Judo black belt.PNG
[7]
Cores das faixas no Brasil
Branca Judo white belt.PNG
Cinza Ceinture noire.png
Azul clara e escura Judo blue belt.PNG
Amarela Judo yellow belt.PNG
Laranja Judo orange belt.PNG
Verde Judo green belt.PNG
Roxa Judo purple belt.PNG
marrom (PE)/ Marrom(PB) Judo brown belt.PNG
Preta Judo black belt.PNG
[9]

[editar] Graduações Dan

As graduações de dan, ao contrário das de kiu, avançam de 1º dan (shoudan) para 10º dan (joudan), o mais alto grau. Esses graus se diferenciam pelas seguintes cores das faixas:
DAN
DAN Shoudan ou Ichidan Faixa Preta
DAN Nidan Faixa Preta
DAN Sandan Faixa Preta
DAN Yondan ou Shidan Faixa Preta
DAN Godan Faixa Preta
DAN Rokudan Faixa Vermelha e Branca
DAN Nanadan ou Shichidan Faixa Vermelha e Branca
DAN Hachidan Faixa Vermelha e Branca
DAN Kyuudan ou Kudan Faixa Vermelha
10º DAN 'JudanJuudan Faixa Vermelha

[editar] Pontuação

O objetivo é conseguir ganhar a luta valendo-se dos seguintes pontos:
  • Yuko - um terço de um ponto. Um Yuko se realiza quando o oponente cai de lado, ou quando é imobilizado por 15 segundos
  • Wazari - meio ponto, dois wazari valem um ippon e termina o combate logo após o segundo wazari.Um Wazari é um "Ippon" que não foi realizado com perfeição, também ganha wazari, se conseguir imobilizar o oponente por 20 a 24 segundos.
  • Ippon - ponto completo, o nocaute do judô, finaliza o combate no momento deste golpe. Um Ippon realiza-se quando o oponente cai com as costas no chão, ao término de um movimento perfeito, quando é finalizado por um estrangulamento, chave de articulação, ou quando é imobilizado por 25 segundos.

[editar] Penalizações

O Shido é a penalização mais fraca do judo. É uma advertência que não gera pontos ao adversário [10].
O Chui é atribuído quando se comete uma infracção um pouco mais grave, ou quando é atribuído um segundo Shido. Ao atribuir-se um Chui a um combatente, atribuí-se um Yuko ao outro[10].
O Keikoku é atribuído quando se comete uma infracção grave, ou quando é atribuído um Shido quando já se tem Chui, mas que não chega para terminar o combate. Ao atribuir-se um Keikoku a um combatente, atribuí-se um Wazari ao outro[10].
O Hansoku-Make é atribuído quando se comete uma infracção muito grave, de forma que esse combatente que sofre castigo é expulso e o outro vence por atribuição de Ippon. Também é atribuído Hansoku-Make quando se aplica Shido e se acumula a um Keikoku[10].
Devido as alterações de regras da FIJ, nos dias atuais só é aplicado o "shido", sendo o primeiro "shido" aplicado como uma "advertência" dada ao atleta devido por algum motivo como falta de combatividade, por exemplo, sem contar pontos ao adversário devido à extinção do "koka", no momento em que o segundo "shido" (equivalente ao Chui)é aplicado, o outro atleta recebe um yuko, no terceiro, um waza-ari e o quarto shido, após uma reunião dos três árbitros do combate, é aplicado ou não o hansoku-make.

[editar] Formas de saudação (rei-ho)

A prática do judô é regida por cortesia, respeito e amabilidade. A saudação é o expoente máximo dessas virtudes sociais. Através dela expressamos um respeito profundo aos nossos companheiros. No judô, há duas formas de expressarmos: tati-rei ou ritsu-rei (quando em pé) e za-rei (quando de joelhos). Esta última é conhecida por saudação de cerimônia. Efetua-se as seguintes saudações:
Tachi-rei ou Ritsu-rei
Ao entrar no dojô bem como ao sair; Quando subir no tatami para cumprimentar o professor ou seu ajudante; Ao iniciar um treino com um companheiro, assim como ao terminá-lo.
Za-rei
Ao iniciar, bem como ao terminar o treinamento; Em casos especiais, por exemplo, antes e depois dos KATA; Ao iniciar um treino no solo com o companheiro, bem como ao terminá-lo.

[editar] Técnicas

Na aplicação de waza (técnicas), tori é quem aplica a técnica[11] e uke é aquele em que a técnica é aplicada[11]. As técnicas do judô classificam-se em:
Tecnica Descrição
Nage-Waza[12] técnicas de arremesso
Tachi-Waza[12] técnicas em pé
Te-Waza[12] técnicas de braço
Koshi-Waza[12] técnicas de quadril
Ashi-Waza[12] técnicas de perna
Sutemi-Waza[12] técnicas de sacrifício
Mae-sutemi-Waza[12] técnicas de sacrifício para frente
Yoko-sutemi-Waza[12] técnicas de sacrifício para o lado
Katame-Waza[12] técnicas de domínio no solo
Ossaekomi-Waza ou Ossae-Waza[12] técnicas de imobilização
Shime-Waza[12] técnicas de estrangulamento
Kansetsu-Waza[12] técnicas de luxação ou chave de braço
Atemi-Waza[12] técnicas de ataque

[editar] Exercícios básicos

No judô cada professor pode estabelecer o seu sistema de exercício, o plano geral de treinamento é o seguinte:
Taiso
Exercício de aquecimento, visa aquecer e tornar o corpo mais flexível, desenvolvendo também a musculatura.
Ukemi-No-Waza
Técnicas de amortecimento de queda (rolamentos).
Uchikomi ou Butsukari
Formas de pegada.
Tando-Geiko
Treinamento sombra, também conhecido como Uchi-Komi "sombra". É o equivalente ao uchi-komi (entrada de golpes) porém sem parceiro.
Nage-Ai (Se pronuncia Nague ai)
Projeções alternadas. Treinamento em duplas, alternadamente cada um projeta (derruba) o companheiro de treino.
Kakari-Geiko (Se pronuncia Kakari gueiko)
Treinamento defensivo. Nesse tipo de treinamento um dos componentes da dupla é designado a defender e o outro a atacar.
Yaku-Soku-Geiko (Se pronuncia Yaku soku gueiko)
Projeções livres com movimentação. Treinamento com muita movimentação e projeção sem defesa ou disputa de pegada.
Handori ( Se pronuncia Randori)
Treino livre, "simula" ou reproduz o "Shiai"(competição), pelo qual a aplicação das técnicas é praticada contra um parceiro, atacando e defendendo, a diferença básica é que ocorre de forma mais "solta" mais "livre" que nas competições propriamente ditas.
Shiai
Competição. Exige muita habilidade técnica, tática, preparação física e mental. Atualmente as competições de alto nível envolvem a participação de diversos profissionais, não somente mais de um "Sensei", entre eles: preparador físico (geralmente especialista em fisiologia do exercício e/ou treinamento esportivo) nutricionista, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros. As técnicas já dominadas no randori devem ser aplicadas sob um determinado conjunto de regras, sujeitas à pontuações que devem ser avaliadas por três árbitros (um central mais dois laterais).

[editar] Kata

É um conjunto de técnicas fundamentais, um método de estudo especial, para transmitir a técnica, o espírito e a finalidade do judô. O mestre Jigoro Kano dizia: "Os katas são a éstetica do judô, sem o qual é impossível compreender o alcance." Kata oferece ao randori as razões fundamentais de cada técnica. Existem no judô os seguintes katas:
  • Nage-no-kata: formas fundamentais de projeção.
  • Katame-no-kata: formas fundamentais de domínio no solo.
  • Kime-no-kata: formas fundamentais de combate real.
  • Ju-no-kata: formas de agilidade aplicadas em ataque e defesa, utilizando a energia de forma mais eficiente.
  • Koshiki-no-kata: formas antigas é o kata da antiga escola do JuJutsu. Executava-se antigamente com armadura de samurai.
  • Itsutsu-no-kata: são cinco formas de técnicas. Expressão teórica do judô baseado na natureza.
  • Seiryoku-zenko-kokumin-taiiku-no-kata: é uma forma de educação física, baseada sobre o princípio da máxima eficácia, visa o treino completo do corpo.
  • Kodokan Goshin-Jutsu: técnicas de autodefesa.

[editar] Nage-no-kata

É o primeiro kata do judô; compõe-se de quinze projeções divididas em cinco grupos de técnicas:
'Te-Waza' Uki-otoshi Ippon-seoi-nage Kata-guruma
'Koshi-waza' Uki-goshi Harai-goshi Tsurikomi-goshi
'Ashi-waza' Okuriashi-harai Sasae-tsurikomi-ashi Uchimata
'Ma-sutemi-waza' Tomoe-nage Ura-nage Sumi-gaeshi
'Yoko-sutemi-waza' Yoko-gake Yoko-guruma Uki-waza
Os dois judocas executam com extrema seriedade, concentração mental é muito importante. Inicialmente cumprimentam o joseki (lugar de honra, mesa central) na postura Chokuritsu (Ritsu-rei), voltando em seguida um para o outro para se saudarem mutuamente na postura Seiza(Za-rei), levantam-se e avançam um passo iniciando com o pé esquerdo.
Em seguida partindo em ayumi-ashi avançam um para o outro e inicia-se o kata. Todas as projeções são feitas para o lado direito e esquerdo do uke. Voltado para o Joseki, o tori fica à esquerda e o uke à direita.

[editar] Ideologias e espíritos

  • Quem teme perder já está vencido.
  • Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo humildade.
  • Quando verificares com tristeza que não sabes nada, terás feito teu primeiro progresso no aprendizado.
  • Nunca te orgulhes de haver vencido a um adversário, ao que venceste hoje poderá derrotar-te amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância.
  • O judoca não se aperfeiçoa para lutar, luta para se aperfeiçoar.
  • Conhecer-se é dominar-se, dominar-se é triunfar.
  • O judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam, paciência para ensinar o que aprendeu aos seus semelhantes e fé para acreditar naquilo que não compreende.
  • Saber cada dia um pouco mais e usá-lo todos os dias para o bem, esse é o caminho dos verdadeiros judocas.
  • Praticar judô é educar a mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como o corpo obedecer com justeza. O corpo é uma arma cuja eficiência depende da precisão com que se usa a inteligência.

[editar] Cinco fundamentos

  • →Shinsei (Postura)
Existem dois tipos de postura no judô Shisentai, que é a postura natural do corpo e Jigotai, que é a postura defensiva
  • → Shintai (Movimentação)
Ayumi-ashi, andando normalmente.
Suri-ashi, andando arrastando os pés.
Tsugi-ashi (apenas em katas), que anda-se colocando um pé a frente e arrastando o outro, sem ultrapassar o primeiro.
  • → Tai-sabaki (Deslocamento de corpo / Tai = Corpo ; sabaki = Deslocamento)
Pode ser: Mai-sabaki (para frente), Ushiro-sabaki(para trás) ou Yoko-sabaki(para os lados)
  • → Kumi-Kata (Pegadas, formas de pegar)
Existem inúmeros tipos de pegadas, sendo apenas proibida a pegada por dentro da manga e por dentro da barra da calça.
A pegada pode ser feita no eri (gola), sode(manga) e até o ano passado (antes da reforma no Judo) no chitabaki(calça) Pode ser de direita (migui) ou de esquerda (hidari). Variando entre canhotos e destros, embora para algumas projeções se use a pegada de lado contrário ao qual se vai atacar. Nesse ano, houve uma reforma nas regras do judô, o que foi proibida a pegada na calça (chitabaki) podendo utilizar golpes com essas pegadas apenas em campeonatos estaduais e municipais até a nova regra se concretizar.
  • → Ukemi (amortecimento de quedas)
Os "rolamentos" são fundamentais para a segurança do praticante, a física explica: estas técnicas "dissipam" a energia cinética que, se fosse transferida na sua totalidade para os órgãos internos, poderia causar prejuízo à saúde.

[editar] Fases da projeção

O que é preciso para aplicar um golpe perfeito
  • 1º Kumikata (pegada, domínio do judogui do adversário)
  • 2º Kuzushi (quebra, desequilibrio)
  • 3º Tsukuri (construção, preparaçao, encaixe)
  • 4º Kake (colocação, execução)
  • 5º Kime (finalização, definição)
  •  
  • Kendō

    Kendō (em japonês: 剣道[1]) ou quendô (português brasileiro) ou quendo (português europeu) [2] é uma arte marcial japonesa moderna (gendai budo), desenvolvida a partir das técnicas tradicionais de combate com espadas dos samurais do Japão feudal, o Kenjutsu. [3] O praticante de kendo é chamado de kenshi ou kendoka.

    Índice

    [esconder]

    [editar] Histórico

    [editar] Origens

    No Japão, desde os seus primórdios, dentre vários armamentos, a espada vem sendo reverenciada. Isso se deve ao fato de haver muitas histórias relacionadas à espada, nos mitos e lendas japonesas. Além disso, as espadas eram ofertadas como tesouro divino aos templos ou recebidas como símbolo da nomeação de um generalíssimo.

    [editar] Período Muromachi

    Por volta do ano de 1350 d.C. o uso da espada japonesa deu um grande salto. A partir de 1467 d.C., por cerca de cem anos, o Japão passou por um período de guerras civis. Como consequência, a técnica de luta com espada foi estruturada sob o nome de Kendo, ou Kenjutsu, e surgiram muitas escolas que tornaram-se transmissoras desses conhecimentos, cada uma à sua maneira. Dentre as escolas da época, podemos citar as três mais tradicionais: Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu, Kageryu e Chujoryu.
    O método de treinamento daquela época não usava espada de bambu nem protetores para o corpo como os usados atualmente. Cada escola praticava repetidamente suas técnicas na forma de kata, seqüencias de movimentos que visavam preparar os praticantes para enfrentar as mais diversas situações que poderiam vir a encontrar. O acúmulo de horas de treinamento fazia com que a pessoa pudesse parar o golpe próximo à pele do oponente. Em algumas escolas, esse grau de proximidade refletia o nível de desenvolvimento do praticante.

    [editar] Período Edo

    A partir de 1615 d.C., com o sistema feudal já instalado, foi estabelecido o sistema de classes. Esse sistema propiciou um desenvolvimento especial, como algo próprio à classe guerreira. Por um lado, pode-se considerar que, recebendo a influência do zen-budismo e do confucionismo, aprimorou-se as técnicas ao mesmo tempo em que ganhava-se elementos morais e espirituais.
    Logo começou a ser praticado pelos guerreiros como um treinamento educacional que visava a formação do caráter guerreiro para a vida cotidiana e para as atitudes espirituais. Isso significava que o desenvolvimento espiritual, conquistado por meio da prática da espada, conduzia ao caminho da formação do ser humano, cujo objetivo era o ideal de elevar o nível espiritual de seu cotidiano.
    Por volta de 1712 d.C., Yamada Heisaemon e Naganuma Shiro da escola Jikishinkageryu e Nakanishi Chuzo da escola Ittoryu, por sua vez, aproximadamente em 1754 d.C., propuseram protetores primitivos e, nos treinos de suas escolas, passaram a utilizar a espada de bambu, o que trouxe um formato de kendo próximo ao que conhecemos na atualidade.
    Nesse método de treino eram requisitados muitos elementos espirituais, que foram cultivados, provavelmente, como pano de fundo para a manifestação da técnica dentro do processo de treinamento e como usar de forma melhor e mais correta a espada de bambu. Como consequência, o kendo, dentro do processo de treinamento de suas técnicas, desenvolveu a relação entre natureza humana e técnica, construindo, assim, as bases de uma filosofia do kendo como caminho de busca para a vida e a existência humana.
    Do início do fechamento do Japão ao mundo exterior, em 1639, até o ano de 1866, devido à continua paz reinante, a necessidade de uso de arma de fogo foi abolida e o desenvolvimento desses artefatos interrompidos. Apesar disso, o uso da espada perdurou ao longo dos séculos. E como consequência de um caminho cuja técnica era posta a serviço da luta física, que punha em jogo a vida ou a morte,o kendo, acabou por atingir um elevado patamar, cujo caminho visava a educação e a formação do ser humano.

    [editar] Período Meiji

    Como resultado do povo japonês, que desde os seus primórdios, cultivou uma educação calcada no caminho da pena e da espada, o kendo se desenvolveu visando a formação do ser humano e propiciando o caminho do guerreiro. Toda a evolução desta arte marcial ocorreu na era feudal, que perdurou por setecentos anos, terminando em 1868.
    Com a restauração Meiji, como primeiro passo para a modernização, foram introduzidos muitos elementos culturais da civilização européia no Japão e a cultura tradicional, por um tempo, foi deixada em segundo plano. Em 1876, a classe dos guerreiros – os samurais – foi extinta e, ao mesmo tempo, a prática de kendo nas escolas foi abolida, chegando esta arte marcial até mesmo a defrontar-se com o perigo da extinção.
    Mais tarde, em 1890, o kendo volta a ser praticado nas escolas como atividade extra-curricular. Em 1895 foi criada a Associação Dai Nippon Butokukai, congregando todas as escolas de kendo. Foi estabelecida uma política de difusão e de desenvolvimento da orientação desta arte marcial.
    Entre diversos mestres e escolas envolvidas nesse processo de unificação do kendo (Kendo Renmei), podemos citar:

  • Ono-ha Itto-ryū – Kagehisa;

  • Shintō Munen-ryū – Watanabe Noboru, Shibae Umpachiro, Negishi Shigoro;

  • Musashi-ryū – Mihashi Kanichiro;

  • Jikishin Kage-ryū – Tokuno Kanshiro, Abe Morie;

  • Kyoshin Mechi-ryū – Sakabe Daisaku.

[editar] Período Showa

Com a derrota na Segunda Grande Guerra Mundial e por ordem do Comando Supremo das Tropas Aliadas no Japão, em dezembro de 1945, a prática do kendo foi totalmente proibida por ser considerada manifestação do ultra-nacionalismo pré-guerra e parte importante do treinamento militar durante a guerra.
Mas, em 1952, com a entrada em vigor do Tratado de Paz, o kendo começou a trilhar o caminho da revitalização e nesse mesmo ano foi criada a Liga Nacional de Kendo.
A tradição do kendo não permaneceu como no passado, adequando-se aos novos tempos e modificando-se para melhor adaptação à sociedade moderna, formando o embrião do kendo contemporâneo.[4]

[editar] Origens no Brasil

O Brasil tem uma grande tradição na prática do kendo, devido, entre outros fatores, ao grande número de imigrantes japoneses existente no seu território. O Brasil é o país que reúne maior número de imigrantes japoneses em todo mundo.[5][6]
A história das artes marciais japonesas no Brasil, entre elas o kendo, começa com a chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, em 1908. Inicialmente, o kendo foi praticado individualmente pelos imigrantes e seus descendentes, principalmente no interior do estado de São Paulo.
Em 1933, na comemoração dos vinte e cinco anos do início da imigração japonesa, os praticantes de judô e kendo fundaram a primeira associação brasileira de judô e kendo, a "Hakoku Ju-Ken Do Ren-Mei".[7] Desta época, destacam-se os nomes dos mestres Eiji Kikuchi Sensei, Ryunosuke Murakami Sensei e Kobayashi Sensei. O kendo também era ensinado nas escolas de língua japonesa existentes nas colônias.
A derrota do Japão na 2.ª Guerra Mundial também afetou a vida dos japoneses no Brasil. Escolas de língua japonesa foram fechadas e qualquer manifestação da cultura japonesa foi proibida. Desta forma, o kendo só volta a ser praticado no Brasil depois do final da 2.ª Guerra Mundial e só toma contornos mais organizados alguns anos depois, com a fundação da Associação Brasileira de Kendo ("Zen Haku Kendo Ren-Mei", em japonês), em 1959.
Na cidade de São Paulo, os primeiros treinamentos foram provisoriamente realizados no centro da cidade e posteriormente, no inicio da década de 1960, passaram a ocorrer na sede de um dos primeiros clubes fundados pela comunidade nipo-brasileira, a Associação Cultural e Esportiva Piratininga (ACEP). Ainda hoje a ACEP vem sendo também o principal local de realizações de eventos oficiais, apresentações, campeonatos e exames de graduação no Brasil.
No estado do Rio de Janeiro, apesar de ter sido o local da primeira colônia agrícola japonesa no Brasil,[8] apenas em meados da década de 1960 o kendo começou a se organizar.

[editar] Kendō moderno

[editar] No mundo

O número de praticantes de kendo vem aumentando continuamente (em 2005 a FIK estimava que no Japão existam cerca de 1.2 milhões de praticantes, e no mundo 2.0 milhões)

[editar] No Brasil

Acompanhando a evolução do kendo no Japão, considera-se que a era moderna do kendo no Brasil começou na década de 1970. É nessa época que Chicara Fukuhara retorna do Japão trazendo os ensinamentos e orientações do novo kendo dos mestres japoneses. Este fato pode ser considerado um dos principais marcos do início do kendo contemporâneo no Brasil. A partir de então, o kendo passa a ser cada vez mais praticado, principalmente na cidade de São Paulo e no interior do estado.
Em 1982 o Brasil foi sede do V Torneio Mundial de Kendo.[9] Para contribuir com o desenvolvimento do Kendo no Brasil, a Universidade Kokushikan construiu um dojo de alto padrão, localizado no município de Vargem Grande, no interior do estado de São Paulo, e por anos enviou professores para melhorar o nível técnico do Kendo Brasileiro.
Para contribuir com o desenvolvimento do Kendo no Brasil, a Universidade Kokushikan construiu um dojo de alto padrão, localizado no município de Vargem Grande, no interior do estado de São Paulo, e por anos enviou professores para melhorar o nível técnico do Kendo Brasileiro.
Em Agosto de 2009, em São Bernardo do Campo/SP, foi realizado o XIV Torneio Mundial de Kendo.[10] Foram 32 Países participando das lutas Individual Feminino, com 104 atletas e 19 Países participando das lutas Feminino por Equipes, com 113 atletas. Foram 39 Países participando das lutas Individual Masculino, com 149 atletas e 35 Países participando das lutas Masculino por Equipes, com 222 atletas.

[editar] Resultados do Brasil em torneios internacionais

[editar] Organizações

[editar] Mundiais

Em 1970 foi fundada a Federação Internacional de Kendo (IKF), com sede no Japão.
Em 2006 a IKF passou a fazer parte da General Association of International Sporting Federations (GAISF), entidade máxima do esporte mundial, que congrega entidades de diversos outros esportes (como FIFA, FIBA, FIVB) e artes-marciais (como Federações Internacionais de Aikidô, Judô, Jujitsu, Karatê). A partir de então a sigla IKF foi alterada para FIK.[11]
São mundialmente regidos e regulamentados pela FIK as atividades de kendo. Até 2009 havia, filiadas na FIK, 50 entidades representantes de países.[12] Entre estas, podemos citar:
  • ÁFRICA: África do Sul
  • ÁSIA: Coréia, Rep. Popular da China, Japão, Malásia, Hong Kong, Taiwan, Macao
  • AMÉRICA: Argentina, Aruba, Brasil, Canadá, Chile, Equador, EUA, Havaí, México, Rep. Dominicana, Venezuela
  • EUROPA: Alemanha, Andorra, Bélgica, Bulgária, Espanha, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Irlanda, Israel, Itália, Montenegro, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Russia, Servia, Suécia, Suíça
  • OCEANIA: Austrália, Nova Zelândia

[editar] Brasileiras

Como fatos marcantes que acompanham o crescimento do kendo no Brasil, podemos citar:
  • outubro de 1981 – criação a Federação Paulista de Kendo (FPK).
  • 29 de julho a 3 de agosto de 1982 – o Brasil é país-sede do 5.º Campeonato Mundial de Kendo, realizado na cidade de São Paulo.
  • agosto de 1998 – é criada a CBK, tendo como filiadas fundadoras: Federação Paulista de Kendo (São Paulo), Federação de Kendo do Estado do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Associação Metropolitana de Kendo (Brasília), Associação Kendo Shinko-kai de Londrina (Paraná).
No Brasil a CBK é reconhecida pelo Ministério dos Esportes[13] como entidade reguladora da prática do kendo, sendo também a representante da FIK no país.[13]
Existem mais de trinta Dojos de kendo filiadas à CBK, distribuídas por todas as regiões do país. A prática está mais desenvolvida no Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará e São Paulo (onde há a maior quantidade de praticantes).[14] Também existem grupos organizados que treinam kendo sob a orientação da CBK em estados como Minas Gerais, Alagoas, Bahia e Paraíba, entre outros. Em 2008 são mais de 900 praticantes de kendo nos Dojos ligados à CBK, em todo o Brasil.
De acordo com indicação da CBK, o ensino do kendo não pode assumir caráter profissional ou comercial. Desta maneira, entre os Dojos filiados à CBK, não é permitida a cobrança para o ensino do kendo, salvo a quantia necessária para manter as atividades do Dojo (academia). Existem também Dojos onde o ensino é gratuito, como em São Carlos/SP.
Existem no Brasil alguns grupos e entidades que realizam a prática do kendo fora dos parâmetros da FIK. Em geral estas entidades fazem o estudo do kendo junto com a prática de estilos tradicionais (koryu).
Na Confederação Brasileira de Kobudo (CBKob) o kendo é ensinado na prática do kenjutsu. A partir de 2009 também passou a se treinar Nihon Kendo Gata. Existem aproximadamente 50 Dojos do Instituto Cultural Niten afiados à CBKob, com aproximadamente 800 alunos. Foi fundado pelo Sensei Jorge Kishikawa, 7º dan Kyoshi de Kendo, que foi no passado uma referência do Brasil no kendo,[15] mas que se desligou da CBK formalmente em 2007, continuando a divulgação da modalidade através da CBKob.
Na Associação Japonesa de Santos (AJS), na cidade de Santos-SP, o estilo Shinto-ryu (fundado por Sensei Raifu Hibino) da linhagem de Akira Tsukimoto (Tsukimoto-ha) é ensinado por Sensei Adriano Pereira da Silva (conhecido como "Sojobo", responsável pelo desenvolvimento da linhagem), com dojos afiliados em São Paulo. O dojo Shokakukan, localizado também em São Paulo, sob supervisão de Sensei Marcelo Haafeld Pereira da Silva (ex-shihandai, irmão de Sensei Sojobo), também ensina o mesmo estilo - e mesma linhagem - apesar de não estar mais vinculado com Sensei Sojobo.

[editar] Portuguesas

Em Portugal a representante da FIK é a Associação Portuguesa de Kendo (APK).
De acordo com a APK, até 2008 os Dojos filiados eram. Lisboa, Porto, Coimbra e Faro.

[editar] Sul-americanas

Em novembro de 2002 é criada da Confederação Sul-americana de Kendo (CSK), tendo como filiadas fundadoras: Confederação Brasileira de Kendo, Federação Argentina de Kendo, Federação Chilena de Kendo.
Atualmente, fazem parte da Confederação Sulamericana de Kendo: Argentina, Brasil, Chile, Equador, Colômbia, Aruba, México, Peru, Guatemala, Venezuela e Uruguai.

[editar] Prática

A prática do kendo não se limita ao manejo da shinai (espada de bambu), Bokuto (espada de madeira) ou katana (espada longa japonesa), mas abrange também a prática e cultivo do espírito e do Reigi (etiqueta).
Nesse sentido, o item 3 do artigo 6, do capítulo "Supplemental Provisions of FIK Constitution" discorre que "No caso em que o ensino do kendo é utilizado de má fé para qualquer propósito comercial", há razões para pedido de expulsão de um membro.[16]
O ken (espada) é estudado de duas formas: prática (shiai) e o kata.
[editar] Objetivo da prática de kendo
  • Não golpear pontos incorretos.
  • Não desperdiçar golpes.
  • Golpear atacando e quebrando a postura do adversário.
  • Golpear com destemor, 'sem pensar na morte'

[editar] Kamae

Há cinco diferentes Kamae (posturas de combate) em kendo, com um número de variantes. Segundo a AJKF, temos as seguintes definições:[17][18]
1. Chudan no Kamae: Este é o mais básico e fundamental Kamae, e serve como a raiz de todos os outros.
A espada é posicionada a frente do corpo, apontando para a garganta do oponente e buscando manter a linha central.
Chudan também é conhecido como o Kamae de água devido à sua flexibilidade e capacidades adaptativas. Um forte Chudan no Kamae serve tanto para produzir um forte ataque como uma defesa impenetrável.
Variantes:
  • Seigan no Kamae. Esta variante do Chudan é utilizada quando se enfrenta um adversário que está na Jodan no Kamae. A ponta da espada é posicionada mais alto que no chudan padrão.
  • Kasumi no Kamae: Junto com Seigan no Kamae, é atualmente utilizado em lutas contra Hidari Jodan no Kamae ou contra Nito-ryu. NEsta variante, a linha central é deslocada para a direita do lutador, protegendo assim seu kote direito.
  • Chudan Hanmi no Kamae: Esta variante do Chudan é tomada quando se utiliza Shoto, e pode ser visto na Kodachi no Kata: Ipponme.
  • Chudan Iri-Mi no Kamae: Outra variante para Shoto, que pode ser vista no Kodachi no Kata: Nihonme.
2. Jodan no Kamae: Também conhecido como "Hi no Kamae" (Kamae de fogo) ou de "Ten no Kamae" (Kamae do Céu) é um kamae agressivo, tanto espiritualmente e fisicamente.
A espada é segurada acima da cabeça, em um ângulo que varia de 45 a 20 graus.
Quando se utiliza Jodan, podemos pressionar o oponente com seus ataques, assim como com o seu espírito. A eficácia da Jodan é dependente mais do aspecto espiritual do que físico, daí Jodan é considerado um "Kokoro no Kamae"; uma atitude ou mentalidade.
Variantes:
  • Morote Hidari Jodan: Esta é a forma normal de Jodan, onde o esquerdo está na frente e a shinai em um ângulo de cerca de 30 graus para a direita.
  • Morote Migi Jodan. A segunda versão do Jodan. Os pés são os mesmos que em Chudan e o shinai é segurada reta sobre a cabeça.
3. Gedan no Kamae: Gedan no Kamae também é conhecido como o Kamae da Terra.
Nesta postura, a ponta da espada aponta em direção ao solo, abaixo da linha dos joelhos.
Embora possa parecer-se com uma postura defensiva, é uma postura capaz de atacar adversários, impedir um ataque flagrante e criar oportunidades. Também ajuda a disfarçar a intenção do lutador. Muitos vão usar Gedan no Kamae como uma transição da Chudan no Kamae para um ataque de Tsuki. Segundo o livro "Kendo Fundamentais": "O Gedan no Kamae é usado quando você baixar o kensen e, ao mesmo tempo que protege o seu próprio corpo, evoluir para um ataque que está em conformidade com os movimentos e as ações do adversário."
Variantes:
  • Gedan Hanmi no Kamae. Encontrado no Kodachi no Kata: Sanbonme.
4. Hasso no Kamae: Hasso no Kamae também é conhecido como o Kamae da Madeira. A espada fica posicionada ao lado direito do corpo, com a ponta voltada para cima, em um ângulo que varia de 20 a 90 graus em relação ao solo. Quando assume-se Hasso no Kamae, ele deve ser reto e forte como uma árvore, capaz de respeitar os seus adversários "de cima". Hasso é considerada uma variante do Jodan no Kamae,[19] e portanto é uma postura agressiva.
Variantes:
Existe Migi e Hidari Hasso no Kamae. Utilizados, em geral, como transição para um ataque Jodan Kara "falso", ou como uma modificação de Katsugi Waza (Kotê-Men).
Hidari Hasso no Kamae é uma variante mais rara desta postura, onde a espada fica ao lado esquerdo do corpo. Não é praticado dentro dos katas de kendo.
5. Waki Gamae: Waki Gamae também é conhecido como o Kamae de metal ou a Kamae de Ouro, indicando uma espécie de "preciosidade escondida". Esse Kamae pode ser visto no Nihon Kendo Gata: Yonhonme, e no Kodachi no Kata Nihonme.
Neste Kamae a espada fica oculta à direita do corpo, as mãos na linha da cintura. Tem como objetivo esconder do adversário o tamanho da espada e a trajetória que irá tomar. Praticamente sem uso no kendo, especialmente pelo fato das espadas possuírem tamanho padrão nas lutas.
Cada um dos diferentes Kamae acima citados tem as suas origens nas técnicas desenvolvidas em campos de batalha. Hoje são praticados no Kata e Shiai, ajudando a manter os laços entre kendo moderno e suas origens.[17][18]
Principais pontos alvo do Kendo.

[editar] Shiai (luta)

Devido à existência de lutas e campeonatos em âmbitos regionais, nacionais e internacionais, o kendo possui um aspecto competitivo bastante relevante, mas preservando sempre suas características marciais e a etiqueta (Reigi), destacando-se entre as artes marciais japonesas. No kendo o critério de golpe válido/letal (yûkô-datotsu) é bastante subjetivo e está diretamente relacionado às origens marciais da arte, que prega a sincronia perfeita entre a energia do praticante ("Ki"), a trajetória e a precisão da espada (técnica, "ken") e a postura (necessária para a correta aplicação da força e a correta movimentação) ("tai"). Essa sincronia é denominada de Ki-Ken-Tai Icchi (気剣体一致), e é um dos ensinamentos fundamentais do kendo.
No kendo as lutas são realizadas com uma espada de bambu, chamada de shinai (竹刀), e são usados protetores para todas as regiões de ataque, além de uma vestimenta especial: hakama (calça), dogi ou keiko-gi (camisa/blusa) e bogu (armadura). Alguns praticantes usam ainda o obi (faixa).
São executados cortes no centro e nas laterais da cabeça (men-uchi), no antebraço (kote-uchi), na lateral do abdome (dô-uchi) e na garganta (estocada) (tsuki), e cada golpe deve ser anunciado com o Kiai, ou seja um grito que demonstre o espírito e a vontade do kenshi. As lutas duram de três a cinco minutos e são disputadas na forma de melhor de três, e o vencedor é aquele que aplicar primeiro dois ippon, ou seja, golpe considerado letal. Existe a possibilidade de haver enchô ou prorrogação em caso de empate no tempo regulamentar, e o vencedor é aquele que aplicar primeiro um ippon.
Outros pontos importantes que podem ser considerados nas lutas são:
  • O golpe só é válido se aplicado com o lado correto da Shinai (equivalente ao lado de corte da Katana);
  • O golpe só é valido se o realizado com o correto ângulo de corte;
  • Não é permitido golpear enquanto um oponente que estiver com a espada sobre o seu ombro;
  • Duas penalizações de um mesmo praticante durante uma luta são consideradas um Ippon. Podem ser consideradas penalizações:
    • Pisar fora da área de luta;
    • Empurrar o adversário para fora da área de luta;
    • Segurar a Shinai fora da Tsuka (equivalente a segurar a espada pela lâmina);
    • Demonstrar falta de combatividade;
    • Passar rasteira no adversário;
    • Soltar ou perder a Shinai durante a luta.
Nas lutas, conforme regulamento da FIK, é possível utilizar técnicas de Itto-ryu (uma única espada longa) ou Nito-ryu (duas espadas - uma longa e outra curta).
Nito-ryu - Europeu de Kendo 2005
Observa-se que a grande maioria dos praticantes de kendo opta por utilizar Itto-ryu, especialmente em Chudan-no-kamae, principalmente devido à sua flexibilidade e capacidades adaptativas. Apesar disso não é proibido o uso dos kamaes anteriormente citados.[20][21]
Uma observação quanto ao uso de Nito-ryu e do Jodan-no-Kamae[22] é que a prática destas técnicas dentro do kendo é estimulada apenas aos alunos mais experientes, devido a importância de se fixarem profundamente os fundamentos da espada antes que o praticante passe a lidar com técnicas mais avançadas.
O uso de Jodan é visto por muitos mestres japoneses como uma atitude presunçosa e quase arrogante.[23]
Nas 56 edições do Campeonato Japonês de Kendo realizadas até 2008, apenas 8 campeonatos foram vencidos por praticantes de Jodan: Chiba Sensei ganhou 3 vezes: 1967, 1970 e 1973. Aquando da sua primeira vitória tinha 22 anos e era 5º dan (Chiba sensei é 8º dan hanshi e lançou em novembro de 2008 um conjunto de três DVD’s sobre kendo, sendo o terceiro volume dedicado ao Jodan). Toda Sensei ganhou 2 vezes: 1963 e 1965. Aquando da sua primeira vitória tinha 23 anos e era 5º dan (Toda sensei é 8º dan hanshi e especialista em Nito Ryu). Kawazoe ganhou 2 vezes: 1972 e 1976. Aquando da sua primeira vitória tinha 21 anos e era 4º dan (Kawazoe sensei era o único que não era polícia. Kawazoe faleceu com 27 ou 28 anos num desastre ferroviário enquanto viajava pela China). Shodai ganhou 1 vez: 2008. Aos 27 anos e 5º dan, membro da polícia de Kanagawa, foi sua 4ª participação no campeonato.

[editar] Nihon kendō gata

Além da luta (shiai), um praticante de kendo também se aperfeiçoa nos kata, técnicas específicas de kendo que consistem em conjuntos de movimentos pré-determinados. Atualmente, existem sete kata para Tachi, a espada grande (também conhecida como Katana), e três para Kodachi, a espada curta (também conhecida como Wakizashi).
No kendo, os kata são sempre praticados em duplas, ao contrário das outras artes marciais, onde quem executa o Kata está sozinho, lutando contra oponentes imaginários.
Um dos praticantes do Kata é denominado Uchidachi ou Uchitachi (打太刀), desempenhado geralmente pelo praticante mais avançado. O outro é denominado Shidachi ou Shitachi (仕太刀), desempenhado geralmente pelo praticante mais novato. Nos Katas, Uchidachi é quem executa os ataques, enquanto Shidachi é quem executa o contra-ataque (é quem "ganha" o Kata). Por ser Uchidachi quem dita o ritmo do Kata, este costuma ser o praticante mais avançado.
Nihon Kendo Kata.
Bokken.
Como no Shiai (luta), nos 10 (dez) Kata do kendo existem muitos detalhes filosóficos, além da técnica apurada, que devem ser desenvolvidos simultaneamente em diferentes Kamae (posições).
Nos sete primeiros Kata são com ambos utilizando Tachi (espada longa):
  1. ambos em Jodan-no-Kamae
  2. ambos em Chudan-no-Kamae
  3. ambos em Gedan-no-Kamae
  4. Uchitachi em Hasso-no-Kamae e Shidachi em Waki-Gamae
  5. Uchitachi em Jodan-no-Kamae e Shidachi em Chudan-no-Kamae
  6. Uchitachi em Chudan-no-Kamae e Shidachi em Gedan-no-Kamae
  7. ambos em Chudan-no-Kamae
Nos três últimos Kata o Uchidachi utiliza Tachi e o Shidachi utiliza Kodachi (espada curta):
  1. ambos em Chudan-no-Kamae
  2. Uchidachi em Jodan-no-Kamae e Shidachi em Chudan-no-Kamae
  3. Uchidachi em Chudan-no-Kamae e Shidachi em Gedan-no-Kamae

[editar] Bokuto Ni Yoru Kendo Kihon Waza Keiko Ho

Esse método de treino básico com Bokutô foi desenvolvido pelos mestres da FIK a partir de 1970, sendo uma série de Kata com Bokutô, com o propósito de:
  • Ajudar o praticante a aprender o conceitos de que o Shinai é a representação da Katana;
  • Desenvolver uma técnica e base solidas, que podem ser diretamente utilizadas na prática com Bogu;
  • Desenvolver no praticante habilidades e conhecimento para a prática do Nihon Kendo Gata;
  • Desenvolver Reihō (etiqueta).
De uma maneira geral, nesse treino é possível treinar o ângulo correto da lâmina da Katana quando o golpe é aplicado. Dessa maneira diminui-se a diferença entre o treino e aplicação dos golpes com Shinai e com Bokuto, ou Katana.
Katana.
Os exercícios são os seguintes:
  • Kihon Ichi: Ippon-uchi no waza: Men, Kote, Do, Tsuki.
  • Kihon Ni: Nidan no waza: Kote-Men.
  • Kinon San: Harai waza: Harai-Men.
  • Kihon Yon: Hiki waza: Men Tsubazeriai kara no Hiki-Do.
  • Kinon Go: Nuki waza: Men Nuki-Do.
  • Kihon Roku: Suriage waza: Kote Suriage-Men.
  • Kihon Shichi: Debana waza: Men Debana-Kote.
  • Kihon Hachi: Kaeshi waza: Men Kaeshi-Migi-Do.
  • Kihon Kyu: Uchiotoshi waza: Do Uchiotoshi-Men.
Ao praticante que executa as técnicas dá-se o nome de Kakaritê, ao outro, o que recebe, dá-se a designação de Motodachi. Comparando ao Nihon Kendo Gata, Kakaritê seria Shidachi e Motodachi seria Uchidachi.
Em 2010 foi definido pela FIK que este Kata também passará a ser exigido nos exames de graduação. No Brasil está previsto a introdução nos exames a partir de 2011.

[editar] Aspecto filosófico

O kendo é uma das artes marciais modernas japonesas que mais mantém valores ligados às suas raízes. O texto abaixo, da All Japan Kendo Federation (Federação Japonesa de Kendo), fala dos objetivos de todos os kenshis[24]
Dojo Noma, Japão[25]
O Objetivo do kendo é disciplinar o caráter humano pela aplicação dos princípios da katana
O propósito de se praticar kendo é:
Moldar a mente e o corpo,
Para cultivar um espírito vigoroso,
E pelo treinamento rígido e correto,
Lutar para desenvolver-se na arte do kendo,
Obter respeito à cortesia e à honra,
Para relacionar-se com os outros com sinceridade,
E para sempre ter como objetivo o auto-aperfeiçoamento.
Dessa maneira será possível uma pessoa amar seu país e sociedade, contribuir para o desenvolvimento da cultura e promover a paz e prosperidade entre todos os povos.
Em 1975, com a finalidade de popularizar a prática correta do kendo, a FIK institui a divulgação do conceito do "propósito do kendo".

[editar] Kendō rinen

O kendo rinen ("propósito do kendo") é o caminho/busca do crescimento/aprimoramento humano por meio do aperfeiçoamento do manejo da espada[carece de fontes?].
Nesse sentido, o item 3 do artigo 6, do capítulo "Supplemental Provisions of FIK Constitution" discorre que "No caso em que o ensino do kendo é utilizado de má fé para qualquer propósito comercial", há razões para pedido de expulsão de um membro.[26]

[editar] Kendō Shuuren no Kokoro Kamae

A kendo shuuren no kokoro kamae ("postura espiritual para o aperfeiçoamento do kendo") prega a dedicação permanente à prática do kendo "correto", por meio da busca do aperfeiçoamento da técnica de manejo da verdadeira espada com espírito e corpo, e com isto, fazer florescer a força espiritual com as características marcantes do kendo de respeito e moderação.
E sobretudo, poder servir, com amor, à pátria e à sociedade, promovendo a paz entre as pessoas[carece de fontes?].
Esses conceitos propostos pela FIK não são novos para o povo japonês. O conceito do "caminho" sempre foi a espinha dorsal do pensamento japonês. Em outras palavras, a idéia de que o processo de aperfeiçoamento da técnica e da prática leva ao desenvolvimento pessoal e espiritual e à formação do indivíduo.
A prática do kendo leva ao aperfeiçoamento humano, dependendo de como se pratica. É necessário praticá-lo seguindo os fundamentos do conceito do "caminho". Isto é, buscar o aperfeiçoamento de corpo e espírito, mantendo o kendo shuuren no kokoro kamae, tanto nos treinamentos quanto nas competições.

[editar] Graduações

A partir do 1.º kyu, de acordo com as normas da FIK (no Japão), as graduações são controladas pelas confederações e federações nacionais filiadas.[13] Graduações de 6.º kyu a 2.º kyu são de responsabilidade do próprio dojo[carece de fontes?].
No kendo, não são usadas faixas para mostrar o nível do praticante. Não há indicações ou insígnias que demonstrem o grau de um kenshi.
A graduação máxima do kendo atualmente é o 8.º dan (equivalente em outras artes à faixa preta de 8.º nível), mas no passado já chegou a existir até o 10.º dan.
Paralelamente, existem títulos que podem ser conferidos a praticantes que contribuíram para a arte, como[carece de fontes?]:
  • Renshi ("praticante avançado", conferido para kenshi de 6.º dan e acima);
  • Kyôshi ("praticante professor", conferido para kenshi de 7.º dan e acima);
  • Hanshi ("praticante modelo", conferido para kenshi de 8.º dan).
A partir do início da década de 1990, a FIK proíbe a prática de conferir graduações por Suisen (推薦, recomendação, indicação[27]), ou seja, sem uma banca examinadora formal. As graduações somente podem ser conferidas após o praticante passar por exames formais.
A partir de 2009, a FIK proíbe que senseis acima de sessenta anos realizem exame de graduação acima do 6.º dan não tendo tempo mínimo de prática exigido entre as graduações. A partir desse mesmo ano, para que o sensei visitante, ou seja, de outro país, realize exame quando estiver viajando, será necessária uma autorização formal da entidade regulamentadora do kendo da qual faça parte esse sensei.
Os exames de graduação se dividem em 3 fases:
1.ª fase: técnica, na qual os candidatos mostram a sua habilidade com o bogu e o shinai.
2.ª fase: katas, na qual os candidatos mostram a sua habilidade em fazer os Katas.
3.ª fase: escrita, na qual os candidatos respondem a questões de ordem teórica (a partir do 1.º dan apenas).

[editar] Exame

Campeonato Mundial de Kendo 2003 - Glasgow/Escócia
Ikkyu (1.º kyu)
  • catorze anos de idade, no mínimo.
  • três examinadores com, no mínimo, 5.º dan.
    – ao menos três devem conceder a graduação.
  • Kirikaeshi
  • Ji-Gueiko.
  • Tati Kata 1-2 (até 2007 era 1-3).
Shodan (1.º dan)
  • seis meses depois do 1.º kyu.
  • cinco examinadores com, no mínimo, 5.º dan.
    – ao menos três devem conceder a graduação.
  • Kirikaeshi.
  • Ji-Gueiko.
  • Tati Kata 1-5.
  • exame escrito.
Nidan (2.º dan)
  • um ano depois do 1.º dan.
  • cinco examinadores com no mínimo 5.º dan.
    – ao menos três devem conceder a graduação.
  • Kirikaeshi.
  • Ji-Gueiko.
  • Tati Kata 1-7.
  • exame escrito.
Sandan (3.º dan)
  • dois anos depois do 2.º dan e dezoito anos de idade.
  • cinco examinadores com no mínimo 5.º dan.
    – ao menos três devem conceder a graduação.
  • Kirikaeshi.
  • Ji-Gueiko.
  • Tati Kata 1-7 e Kodachi Kata 1-3.
  • exame escrito.
Yodan (4.º dan)
  • três anos depois do 3.º dan.
  • sete examinadores com no mínimo 6.º dan.
    – ao menos cinco devem conceder a graduação.
  • Ji-Gueiko.
  • Tati Kata 1-7 e Kodachi Kata 1-3.
  • exame escrito.
  • redação.
Godan (5.º dan)
  • quatro anos depois do 4.º dan.
  • sete examinadores com no mínimo 7.º dan.
    – ao menos cinco devem conceder a graduação.
  • Ji-Gueiko.
  • Tati Kata 1-7 e Kodachi Kata 1-3.
  • exame escrito.
  • redação.
Rokudan (6.º dan)
  • cinco anos depois do 5.º dan.
  • sete examinadores com no mínimo 7.º dan.
    – ao menos cinco devem conceder a graduação.
  • Ji-Gueiko.
  • Tati Kata 1-7 e Kodachi Kata 1-3.
  • exame escrito.
  • redação.
  • exame de arbitragem.
Nanadan (Shichidan) (7.º dan)
  • seis anos depois do 6.º dan.
  • sete examinadores com, no mínimo 8.º dan.
    – ao menos cinco devem conceder a graduação.
  • Ji-Gueiko.
  • Tati Kata 1-7 e Kodachi Kata 1-3.
  • exame escrito.
  • redação.
  • exame de arbitragem.
Hachidan (8.º dan)
  • dez anos depois do 7.º dan e quarenta e cinco anos de idade.
  • vinte e um examinadores com, no mínimo 8.º dan.
    – ao menos cinco devem conceder a graduação no primeiro exame, com sete examinadores, e ao menos dez no segundo exame, com catorze examinadores.
  • Ji-Gueiko.
  • Tati Kata 1-7 e Kodachi Kata 1-3.
  • exame escrito.
  • redação.
  • exame de arbitragem.
  • tese.

[editar] Graduações no Brasil

Atualmente, existem no Brasil mestres com graduação de no máximo 7º dan Kyoshi, reconhecidos pela FIK.
Até 1998,no Brasil, a graduação ao 7º dan ocorria por Suisen. A partir daquele ano, com a fundação da CBK e por ocasião da visita de uma comissão de mestres da FIK, foi abolida a prática do Suisen, passando-se a graduar somente mediante aprovação em exame de graduação. Foi também realizado o primeiro exame de graduação para 7º dan no Brasil. Três mestres de 6º dan participaram deste primeiro exame no Brasil, tendo sido aprovado o Sensei Jorge Kishikawa, que também recebeu da AJKF o shogo (titulação) de kyoshi,[28] passando a integrar o já existente grupo de Senseis com a mais alta graduação de kendo no Brasil. Desde então diversos outros mestres do Brasil prestaram exame e receberam essa graduação, contribuindo para a solidificação e alto padrão do kendo no Brasil.

[editar] Ficção

O animê e mangá Bamboo Blade é baseado na prática do kendo, em especial por garotas. Outros mangás também possuem personagens que praticam kendo, tendo como exemplos as séries Love Hina (Motoko Aoyama), Samurai X (Kaoru Kamiya) e Highschool of The Dead (Saeko Busujima), entre outros títulos.

Referências

  1. Houaiss, Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (ABL)
  2. Portal da Língua Portuguesa – Dicionário de Estrangeirismos
  3. International Kendo Federation. The History of Kendo (html) (em inglês).
  4. CBK. O Kendo e sua História (html) (em português).
  5. IBGE. Resistência & Integração - 100 anos de imigração japonesa no Brasil. IBGE, 2008
  6. Governo do Estado de São Paulo. A Linha do Tempo da Imigração Japonesa (html) (em português).
  7. Site oficial do 14º World Kendo Championship. Hakoku Ju-Ken Do Ren-Mei (html) (em português).
  8. GOMES, Marcelo Abreu. Antes do Kasato Maru…Centenário da Colônia Agrícola Japonesa da Fazenda Santo Antônio. Conceição de Macabu. Editora Macuco, 2008.
  9. V World Kendo Champioship - Brazil (html) (em português).
  10. [www.14wkc.com.br 14º World Kendo Champioship - Brazil] (html) (em português).
  11. FIK. FIK na GAISF (html) (em inglês).
  12. FIK. Sobre a FIK (html) (em inglês).
  13. a b c Ministério do Esporte. Entidades do Desporto (html) (em português).
  14. CBK. Academias Filiadas na CBK (html) (em português).
  15. (em português) (em japonês) Revista Kendo Nippon: Páginas 112,115, jan/2006 "O Espírito que enriquece os brasileiros - tradução oficial de Yuko Takeda
  16. FIK. FIK Constitution (PDF) (em inglês).
  17. a b All Japan Kendo Federation. Kendo Fundamentals - Book 2. All Japan Kendo Federation, 2007 (págs. 28-32)
  18. a b All Japan Kendo Federation. Kendo Fundamentals (html) (em inglês).
  19. Confederação Brasileira de Kendo. Nippon Kendo Kata - Manual de Instrução, 2004 (pág. 15)
  20. Regulamentação da AJKF (ed. 2002): "A zona de alvo de kote será o pulso direito (…) contra chudan-no-kamae e ambos os pulsos contra as outras kamae". Para definirmos o que significa "outras kamae".
  21. Guia da Kokutai (Organização Nacional Atlética*): "… o kote esquerdo é também um alvo válido quando o opositor se encontra em chudan-kamae com a mão esquerda à frente, em jodan-no-kamae, hasso-no-kamae, waki-gamae, nito-no-kamae, age-gote, e outras variantes de chudan."
  22. Jodan No Kamae (pdf) (em inglês).
  23. Darrel Max Craig. A arte do kendo e do Kenjitsu, Ed. Madras, 2005 (pág. 94)
  24. International Kendo Federation. Concept of Kendo (html) (em inglês).
  25. Noma Dojo (html) (em inglês).
  26. FIK. FIK Constitution (PDF) (em inglês).
  27. Michaellis-Dicionário Japonês-Português, Katunori Wakisaka 2003 Ed. Aliança ISBN 85-0603352-7
  28. Instituto Niten. A Trajetória do Sensei Jorge Kishikawa no Kendo (em português).

Kenjutsu

Kenjutsu, em tradução literal: "Técnica da Espada", é a arte marcial japonesa clássica do combate com espadas. Pode também ser chamada de kendo ou heihô/hyôhô , entre outras denominações possíveis.

Índice

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[editar] História

Niten-diasamurai1.ogg
Kata de kenjutsu do estilo Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu
Existem vários estilos de kenjutsu. Os primórdios da arte remontam ao período Kofun da história japonesa, com registros sobre o Kashima-no-Tachi , ou "espada de Kashima", supostamente ensinada aos soldados Sakimori (防人) que eram destacados para proteger as fronteiras contra ameaças externas. A evolução do kenjutsu se deu basicamente na região de Kashima, Ibaraki, onde havia sete estilos sob a supervisão de sete sacerdotes xintoístas, e na região de Kyoto, onde havia oito estilos sob a supervisão de oito monges budistas.
Os estilos de kenjutsu como conhecidos hoje foram tomando forma no período Muromachi (séculos 15 e 16) , em particular no período Sengoku. Existem basicamente quatro estilos (alguns definem três) que foram a fonte da grande maioria dos estilos criados posteriormente:
O número de estilos de kenjutsu existentes teve uma grande expansão durante o período Edo (séculos XVI a XIX), registrando-se mais de 500 estilos de kenjutsu em seu auge. Foi nessa época que se começou a praticar kenjutsu com a shinai, a espada de bambu, e com o bogu, a armadura, no que foi o precursor do kendo moderno.
Kata de kenjutsu do estilo Niten Ichi Ryu
Alguns dos principais estilos de kenjutsu que se desenvolveram no período Edo foram:
Com a restauração Meiji, no fim do século XIX, e a proibição do porte de espadas, vários estilos acabaram desaparecendo, fato que se repetiu após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial. Mas ainda existem vários que sobreviveram até os dias de hoje.
Atualmente, existem duas organizações, a Nihon Kobudô Kyôkai e a Nihon Kobudô Shinkôkai que congregam vários dos estilos de kenjutsu existentes atualmente.
Em diferentes países, existem federações locais. No Brasil existe a CBKob (Confederação Brasileira de Kobudo), antiga CBKen (Confederação Brasileira de Kenjutsu).

[editar] Estilos

[editar] Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu

É considerado o estilo mais antigo de todo o Japão e é a única tradição marcial a ser reconhecida como bunkasai (tesouro cultural nacional) pelo governo japonês. Foi fundado em por Iisaza Choisai, da província de Chiba. Além do kenjutsu (espada longa, curta e duas espadas), ensina uma ampla gama de outras técnicas, como iaijutsu, bojutsu, naginatajutsu, shurikenjutsu, sojutsu e jujutsu[1].

[editar] Hyoho Niten Ichi Ryu

Hyoho Niten Ichi Ryu foi fundado na primeira metade do século XVII por Miyamoto Musashi (1584-1645). Essa técnica utiliza movimentos econômicos, sem espalhafatoso ou movimentos inúteis. Os golpes são exatos, e a distância exata e sem desperdício movimento. O bokken utilizado em Niten Ichi Ryu segue um modelo feito pelo fundador do estilo e que existe ainda em nossos dias.
O Hyoho Niten Ichi Ryu possui técnicas com duas espadas, espada longa, espada curta e bastão[2].

[editar] Kashima Shinden Jikishinkage Ryu

A Kashima Shinden foi criado por Matsumoto Bizenno-Kami Naokatsu.

[editar] Kashima Shinto Ryu

Criado por Tsukahara Bokuden

[editar] Ono-ha Itto Ryu

Estilo derivado do Itto Ryu criado por Itto Itosai. Foi criado por seu discípulo, Ono Jirouemon Tadaaki durante o período Edo. Foi um dos estilos oficiais do xogunato Tokugawa.

[editar] Prática

O kenjutsu engloba luta com duas espadas simultaneamente
O treinamento de kenjutsu varia de acordo com o estilo em questão. Na maior parte dos estilos o treinamento se baseia em katas (formas pré-arranjadas). Em alguns estilos, a prática dos katas é complementada por treino de luta utilizando equipamentos de proteção.
No treinamento de katas, normalmente, é utilizada uma espada de madeira semelhante a uma katana, chamada bokken ou bokuto. Cada estilo de kenjutsu costuma impor medidas específicas de comprimento, largura e curvatura para o seu bokuto.
Já no treinamento de luta, os dojos que o fazem utilizam alguma forma de proteção para evitar lesões graves. A maior parte utiliza o mesmo equipamento de proteção do kendo, composto por bogu (armadura) e shinai (espada de bambu). Outro equipamento que também pode ser utilizado para lutar é o fukuro-jinai, uma espada semelhante à shinai do kendo, mas com o mesmo comprimento que uma katana e construído a partir de várias tiras de bambu cobertas por um revestimento de couro.
Alguns estilos praticam também corte (tameshigiri e suemonogiri) com shinken(espada de metal com corte).
Cabe lembrar que cada estilo tem características próprias de treino. O praticante já começa o combate com a espada desembainhada. Em alguns estilos, como por exemplo o Niten Ichi ryu, existem técnicas específicas para a utilização de duas espadas, uma em cada mão.
O kenjutsu é uma disciplina física, mental e espiritual; para a sua prática é necessário o equilíbrio entre corpo e mente, mais do que força física e vigor. Os ensinamentos mais profundos do kenjutsu possuem um teor filosófico bastante forte.
Várias artes marciais dela descendem ou sofreram influência, tais como: o kendô, sua versão moderna, que possui uma maior enfase no Dô (formação do caráter humano); o iaidô, arte do desembainhar da espada, e o aikido, que incorpora princípios de treinamento com a espada, embora não a tenha como foco principal.
No Brasil, a prática do kenjutsu encontra-se bem difundida e segue as normas da Confederação Brasileira de Kenjutsu (CBKEN)- fundada por membros do Instituto Cultural Niten e presidida pelo mestre Jorge Kishikawa. Preconiza-se que a prática seja feita com professores filiados a CBKEN (Instituto Cultural Niten) e ao Nihon Kobudo Kyokai.

[editar] O kenjutsu no Brasil

É possível que os primeiros praticantes e mestres de kenjutsu tenham vindo ao Brasil durante os primórdios da imigração japonesa, apesar de não existirem dados que comprovem. Atualmente, existem praticantes e mestres que imigraram ao Brasil, bem como alguns que estudaram no Japão e trouxeram os estilos para o país.
Praticantes de kenjutsu prontos para iniciar treino de luta
No Brasil, o kenjutsu se difundiu principalmente através dos ensinamentos do mestre Jorge Kishikawa, que tem em seu vasto currículo o conhecimento de mais de uma dezena de estilos de kenjutsu. Kishikawa possui o Menkyo Kaiden, diploma concedido a aqueles que atingiram a maestria e o domínio em determinado estilo de kenjutsu, no caso o Gosho-ha Niten Ichi Ryu. É um termo em japonês que significa "licença de transmissão total". Kishikawa é discípulo do Shihan Gosho Motoharu.É Shidosha (mestre responsável)do estilo Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu para a América do Sul. Existem outros praticantes de kenjutsu espalhados pelo Brasil, mas são pouco conhecidos.
A Confederação Brasileira de Kobudo, a CBKob, é o órgão responsável pela divulgação e supervisão do kenjutsu em todo o Brasil. Seus professores são filiados também a Nihon Kobudo Kyokai, com sede no Japão.
Atuando com a Nihon Kobudo Kyokai, a CBKob avalia a legitimidade dos estilos praticados, visto que há muitos estilos não reconhecidos no Japão que tem proliferado no exterior. No Brasil são praticados estilos como Hyoho Niten Ichi ryu, Suio Ryu e Kasumi Shinto Ryu (este último como parte do Shindo Muso Ryu), entre outros.
O Brasil é um caso único no mundo, onde o número de praticantes de kenjutsu se equipara ao de kendo[3]

[editar] A Confederação Brasileira de Kobudo (CBKob)

3° Torneio Brasileiro por Equipes de Kobudo, 2004
No Brasil os treinamentos de kenjutsu englobam os katas e o uso de equipamentos de proteção (bogu), em que os praticantes experimentam as várias técnicas que existiam nos estilos antigos.
Golpes como o corte de baixo para cima, horizontais, apoiar o dorso da lâmina com as mãos, lançar a espada, ajoelhar-se enquanto golpeia e outras formas antigas e que não foram incluídas na elaboração do kendo esportivo são aplicados a partir das quase 60 posturas de combate. Destaque importante é o estudo do combate com duas espadas, mais conhecido nos filmes e livros sobre o lendário samurai Miyamoto Musashi.
Atualmente, os mais de 40 dojos fundados pelo Instituto Cultural Niten - também presidido pelo mestre Jorge Kishikawa - fazem parte da Confederação Brasileira de Kobudo[carece de fontes?], exclusivamente.

[editar] Torneios da Confederação Brasileira de Kobudo CBKob

Os torneios são realizados de acordo com os regulamentos da CBKob e permitem aos atletas combaterem e escolherem as suas armas. Os atletas podem optar por combater com a espada menor apenas, espada maior, ou com as 2 espadas.
O combate é realizado em uma quadra de 10m x 10m sendo que há o en (círculo) no seu interior , semelhante a arena do sumo. O atleta obtém a pontuação com o yuko (bom golpe) equivalendo a meio ponto , ou com o ippon (golpe certeiro) o equivalente a 1 ponto. São necessários dois "yuko" ou um "ippon" para se vencer nos torneios oficiais. O tempo oficial é de 3 minutos.
Esta forma de pontuar advém dos próprios combates dos antigos samurais com espadas, quando era raro, senão impossível , vencer o adversário com um só golpe certeiro. Além de que, minar o adversário pouco a pouco fazia parte de muitos estrategistas da época dos samurais.
O atleta que, durante o combate de kenjutsu, deixa parte de seu corpo fora do en, consagra o "yuko" ao seu oponente, raciocínio comparável ao sumô (no caso do sumô, sair do círculo consagra ippon ao adversário).

Kyūdō

Kyūdō (em japonês: 弓道; lit. o caminho do arco), é a arte marcial japonesa do tiro com arco. Apesar da sua actual forma ter evoluído, ao longo das últimas décadas, para uma unificação, trata-se da mais antiga arte marcial japonesa, com as primeiras referências históricas a datarem do século VII da nossa era. A ANKF[1] (Federação Japonesa de Kyūdō) é, desde 1953, o órgão que regula a prática do kyūdō em todo o mundo. O número de praticantes registados no mundo é, aproximadamente, o seguinte: Japão - 110.000 (aprox.), Europa - 2.200 (aprox.) e América - 250 (aprox.).
Para além dos praticantes registados, existem pequenos núcleos em alguns países e no Japão que praticam o kyūdō à margem da ANKF.

Índice

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[editar] Propósitos do kyūdō

Na sua forma actual, o kyūdō é práticado como uma forma de desenvolvimento da pessoa em sentido integral, através do corpo nas suas componentes física e mental. No Japão muitos arqueiros praticam o kyudo com uma vertente de desporto. Segundo o Manual de Kyudo da Federação Japonesa de Kyudo (ANKF), a verdade do kyudo está na unidade de três princípios, (1) a estabilidade do corpo, (2) a estabilidade da mente e (3) a estabilidade do arco. Dedicar-se e concentrar-se completamente no tiro é, então, um objetivo que está para além do mero acertar o alvo.
O arco foi uma arma de guerra sobretudo entre os séculos XII e XVI. Para além disso, o tiro foi também, e desde os século VI, utilizado em cerimónias de corte. Como arma foi perdendo importância após a introdução das armas de fogo pelos portugueses no século XVI. As escolas de tiro com arco, então existentes, evoluem para formas de tiro onde a ênfase é colocada tanto nos aspectos técnicos e físicos quanto nos aspectos mentais e formais do tiro. A palavra kyudo começa a utilizar-se ao longo do século XVII, a par da designação corrente que ainda hoje subsiste de kyujutsu; é a partir do início do século XX que a designação de kyudo se generaliza.
A partir de 1930 surgiram os primeiros esforços para unificar a prática do kyudo, uma vez que existência de várias escolas, cada uma com várias técnicas e formas de tiro, dificultava a prática conjunta. É em 1934 que surge o primeiro manual de kyudo que propõe um conjunto de princípios comuns. No entanto é só após a segunda guerra mundial, e com a formação da Federação Japonesa de Kyudo, que o objectivo de unificar e normalizar os procedimentos do tiro oriundos das diversas escolas é atingido e aceite no Japão, permitindo o desenvolvimento do kyudo no mundo e estabelecer uma prática comum onde diferentes formas e estilos possam coexistir e atirar em conjunto. Como consequência é publicado em 1953 o Manual de Kyudo (com 4 volumes actualmente), que será revisto e ampliado em 1971 e do qual existe, para o volume 1, uma tradução oficial em inglês e uma adaptação em francês. Este manual é uma fonte e uma referência para todos os praticantes de kyudo qualquer que seja o seu nível. A Associação Portuguesa de Kyudo[2] (APK) possui uma tradução (não editada) do volume 1.
Existe desde 1980 uma Federação Européia de Kyudo e uma Federação Americana de Kyudo. Os seguintes países europeus têm a sua federação ou associação nacional reconhecidas pela Federação Japonesa de Kyudo : Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Reino Unido, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Holanda, Portugal, Suécia, Suíça.
Em 2006 foi criada a Federação Internacional de Kyudo[3] (IKYF). 17 federações de diferentes países são membros fundadores da IKYF: Japão, Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Reino Unido, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Holanda, Portugal, Suécia, Suíça e os Estados Unidos da América.
Em 2007 foi criada a Associação Brasileira de Kyudô (ブラジル弓道会)[4], com sede no Rio de Janeiro. Filiada à IKYF, e sob orientação direta da Federação Americana de Kyudo, é desta maneira a entidade representativa oficial do Kyudô no Brasil. Existem grupos filiados e que recebem orientação da ABK no Rio de Janeiro, Brasília e Fortaleza.
A síntese e unificação das diversas formas de tiro pela ANKF fez-se em paralelo com as escolas tradicionais. As tradições de tiro antigas são ainda mantidas e transmitidas em paralelo com o desenvolvimento do kyudo pela ANKF. Cada escola pratica o kyudo através da coexistência das suas formas com as da ANKF.
Alguns núcleos e escolas no Japão mantêm-se à margem da ANKF, evitando por exemplo o uso das graduações em dan, e mantendo estritamente as suas formas tradicionais de tiro.
O arco japonês tem um significado cultural amplo no Japão. A sua utilização não se limita ao kyudo, sendo utilizado no tiro a cavalo (yabusame) e em cerimónias religiosas (shintoísmo sobretudo), nas actividades diárias de alguns mosteiros zen em cerimónias diversas como baptizados e aberturas de torneios de sumô.

[editar] Equipamento

[editar] Arco

O arco japonês (yumi) é excepcionalmente longo (cerca de 2,20 m), ultrapassando a altura do próprio arqueiro (kyudoka). Os arcos são tradicionalmente feitos de bambu, madeira e couro utilizando técnicas que não mudaram em séculos, apesar de alguns kyudokas (principalmente os novos na arte) utilizarem arcos feitos de materiais sintéticos (fibra de vidro e carbono). Actualmente, mesmo alguns kyudokas veteranos utilizam arcos destes materiais, dada a grande vulnerabilidade do bambu em climas extremos.

[editar] Flecha

A flecha (ya) é tradicionalmente feita de bambu, e era adornada com penas de águia ou de falcão. A maioria das flechas actualmente ainda são feitas de bambu (apesar de muitos kyudokas utilizarem as de alumínio ou fibra de carbono), e as penas actualmente são de aves que não correm perigo de extinção, como perus. Os arqueiros normalmente atiram duas flechas de cada vez, (a primeira chama-se haya, a segunda otoya).

[editar] Luva

No tiro utiliza-se uma luva na mão direita chamada yugake, ou seja luva (kake) do arco (yumi). Esta luva é feita de pele de gamo ou veado, e possui um revestimento endurecido na região do polegar, além de um pequeno encaixe na sua base para que a corda do arco (tsuru) seja mais facilmente puxada. Existem diversos tipos de luvas consoante o número de dedos que têm. A luva de três dedos (polegar, indicador e médio) designa-se por mitsugake. A luva de quatro dedos (polegar, indicador, médio e anelar) chama-se yotsugake. A luva de cinco dedos designa-se por morogake sendo a menos comum.

[editar] Treino e prática

A prática do kyudo para um principiante inicia-se com os primeiros treinos em que os movimentos básicos do tiro (hassetsu) são apreendidos de mãos vazias, sem arco. Após 2-3 treinos o praticante inicia os movimentos com uma fisga ou elástico. Depois os mesmos movimentos são repetidos já com o arco, mas sem flechas. De seguida o praticante será levado para o primeiro tiro em frente de um alvo de palha (makiwara) situado a curta distância (+/- 2 metros) onde disparará as suas primeiras flechas já com a luva na mão direita. Depois durante dois ou três treinos passará a disparar ao alvo, primeiro a curta distância (5-6 metros), depois a meia distância (14 metros) depois a 20 metros e finalmente à distância normal do alvo, que é de 28 metros. Entre o início da aprendizagem e o primeiro tiro ao alvo a 28 metros poderão passar entre 1 a 3 meses, dependendo do número de treinos por semana e do praticante.
A par desta aprendizagem da técnica do tiro, o praticante inicia-se também desde o início nos movimentos formais, uma vez que os movimentos e deslocações na zona do tiro são feitos segundo um conjunto de princípios estabelecidos: a entrada na zona de tiro, a saudação, a aproximação à linha de tiro, o ajoelhar para preparação das flechas o levantar para o tiro, a sequência do tiro e a saída. A postura e a forma do corpo ao longo de todas as fases e movimentos é um aspecto essencial na prática do tiro.
Uma sessão de treinos depende do contexto em que se realiza, do tempo disponível e do número de praticantes envolvidos; sendo derivado não só, mas também, de antigas práticas guerreiras, a imprevisibilidade e capacidade de adaptação são parte essencial do kyudo. Tipicamente inicia-se um treino com alguns movimentos breves de aquecimento e exercícios respiratórios. Depois segue-se o tiro contra o alvo de palha (makiwara) a curta distância, podendo ainda ser antecedido pela prática dos movimentos do hassetsu sem arco. No tiro ao makiwara, o atirador concentra-se sobretudo na postura e na técnica sem a preocupação com o alvo. O treino de makiwara é fundamental para a evolução de qualquer atirador, qualquer que seja o seu nível e não apenas para os iniciados; no Japão muitas cerimónias públicas envolvendo ou não artes marciais são inauguradas com um tiro de cerimónia ao makiwara executado pelo mestre de mais alta graduação presente. Após o tiro ao makiwara os praticantes passam então a atirar contra ao alvo à distância de 28 metros. O tamanho do alvo é normalmente 36 cm de diâmetro (ou 12 sun, uma unidade de medida tradicional do Japão que equivale a cerca de 3,03 cm), e ficam a uma distância de 28 metros do kyudoka. Esta distância do alvo e a sua posição baixa, a 15 cm do chão, é aquela que permite que o atirador permaneça numa postura vertical correcta com o corpo firme e em extensão em todas as direcções (baixo-cima, direita-esquerda e frente-trás).

[editar] Técnica

Estilo mediterrâneo º Estilo belisco º Estilo mongol Fig.3
O tiro efectua-se sempre com o arco na mão esquerda - yunde, a mão do arco - e a mão direita com luva segura a corda. Pode-se treinar individualmente, mas as diferentes formas de tiro são sempre de tiros em grupo em que os atiradores atiram segundo uma seqüência em tempos determinados e com movimentos coordenados entre si. Também por isso os atiradores estão todos virados para o mesmo lado.
O abrir do arco deve ser efectuado através de um movimento simultãneo dos braços direito e esquerdo que se inicia com ambas as mãos acima da altura da cabeça. Na extensão máxima a corda e a mão direita ficam bem atrás da cabeça. Apesar dos receios que a corda possa bater na cara, é muito raro isso acontecer.
Imediatamente após o tiro, o yumi irá (para um kyudoka com prática) rodar na mão, fazendo com que a corda do arco pare na frente do antebraço externo. Este movimento, o yugaeri é uma combinação de técnica e da movimentação natural do arco. É único no kyudo.
Os movimentos executados durante o tiro seguem a seguinte seqüência, designada hassetsu, conforme prescrito pela Federação Japonesa de Kyudo - All Nippon Kyudo Federation (ANKF) no Kyudo Kyohon (Manual de Kyudo):
  • Ashibumi - Abertura dos pés;
  • Dozukuri - Postura do corpo;
  • Yugamae - Preparação do arco (para o tiro);
  • Uchiokoshi - Elevar o arco;
  • Hikiwake - Abertura do arco;
  • Kai - Encontro (a posição de extensão máxima);
  • Hanare - Disparar da flecha;
  • Zanshin - Permanência da forma.

[editar] Graduações

O sistema de graduações baseia-se na atribuição de graus que vão de 1º dan a 10º dan. Abaixo de 1º dan poderão ser atribuídos os graus de kyu que vão de 5º a 1º. No kyudo não é utilizado o sistema de cintos coloridos para distinguir os graduados. As graduações em todo o mundo são apenas atribuídas pela ANKF através da realização de estágios que podem ocorrer no Japão; na Europa e nos EUA ocorre um estágio anual com mestres japoneses da ANKF com exames de atribuição de grau.

[editar] Escolas principais

[editar] All Nippon Kyudo Federation (ANKF)

A Federação Japonesa de Kyudo é, desde 1953, o órgão de cúpula do kyudo no Japão.

[editar] Escolas tradicionais

Várias escolas tradicinais continuam a existir, mas desde a formação da ANKF algumas têm desaparecido. A ANKF tem vindo a unificar a prática do kyudo num conjunto de princípios comuns, embora admitindo ainda algumas diferenças originárias das escolas principais.
Escolas tradicionais
  • Ogasawara Ryu - origem no século XII
  • Heki Ryu Chikurin-ha - com origem no século XV, ramo da escola Heki
  • Heki Ryu Insai-ha - com origem no século XV, ramo da escola Heki
  • Honda Ryu - origem no século XIX.

[editar] Bibliografia

  • Herrigel, Eugen - A arte cavalheiresca do arqueiro zen. 22ª ed. São Paulo, Brazil. Editora Pensamento-Cultrix, 2007.

Referências

  1. ANKF - All Nippon Kyudo Federation.
  2. APK - Associação Portuguesa de Kyudo.
  3. IKYF - International Kyudo Federation.
  4. ABK - Associação Brasileira de Kyudo (em português).

Naginata-dō


A Naguinata ou Naginata (長刀・薙刀) é essencialmente uma lâmina japonesa montada em uma haste longa. Ela se assemelha a uma alabarda européia mas somente com uma lâmina curva e de um gume montada em sua extremidade.
O Naguinatajutsu 薙刀術 refere-se aos estilos clássicas (Koryu) que contém esta arma em seu currículo.
Atarashii Naguinata あたらしい なぎなた (lit. "nova naguinata") é o nome de uma arte marcial japonesa moderna (Gendai Budo) que emprega em sua prática a arma de mesmo nome, modelada a partir de tradições clássicas que ensinam Naginatajutsu.

Índice

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[editar] Histórico

Samurai empunhando uma Naguinata
Ishi-jo, esposa do samurai Oboshi Yoshio - quadro de Kuniyoshi - 1848.
As origens da Naguinata remontam ao Período Heian (794 d.c à 1185 d.c). A naguinata foi uma arma muito usada pelos Sôhei 僧兵, os monges guerreiros[1][2], e os Yamabushi 山伏[3], os monges da montanha.
Sua popularidade deu-se por volta do ano 1000 d.c.. Nos séculos seguintes a Naguinata sua popularidade passou por altos e baixos, conforme as táticas usadas em batalha iam evoluindo.
De qualquer forma, a importância da naguinata para os samurais pode ser atestada pela quantidade relativamente grande de estilos de bujutsu que a incorporaram em seu currículo, para citar alguns: Suio Ryu, Katori Shinto Ryu, Tendo Ryu, Toda-ha Buko ryu e o Yoshin ryu.
Posteriormente seu uso foi disseminado pelas mulheres japonesas de família Samurai, como uma arma que poderia ser usada na proteção de seus lares em período de guerra.
Com o final da era dos Samurais e a Restauração Meiji em 1868 o Japão foi modernizado e muitas das antigas práticas caíram em desuso. No Período Showa a Naguinata passou a fazer parte do currículo escolar de educação física para as meninas[4]. A prática nesta época denominava-se Naguinata-do 薙刀道 (lit. "caminho da naguinata").
Após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial a prática foi remodelada, surgindo duas práticas da Naguinata: Atarashi Naguinata (Naguinata nova) e Naguinata Koryu (Naguinata clássica).
Apesar das diferenças existentes, as duas maneiras de se praticar a Naguinata compartilham muitas coisas em comum. Em ambas a prática é sistematizada de acordo com uma tradição de golpes, cortes e movimentos da esquerda e da direita em várias direções, promovendo um treinamento com enfase na forma e beleza do movimento.

[editar] Naguinata Koryu

A Naguinata é encontrada como parte do currículum de diversos estilos de Kobudô. A prática e sistema de graduação varia de estilo para estilo, assim como o uso ou não de protetores para a prática de combate.
Alguns dos estilos mais comuns conhecidos que incorporam a naguinata em seu currículo são:

[editar] Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu

O Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu é o estilo mais antigo de Koryu[5], e única tradição do Japão reconhecida como Bunkasai, ou tesouro cultural japonês. As características desta escola são técnicas dinâmicas e katas longos, com movimentos como saltos, giros com o corpo e cortes ascendentes e descendentes usados em alternância.
O Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu possui sete katas com naguinata, divididos em dois conjuntos.

[editar] Suio Ryu

O Suio Ryu Iai Kenpo é um dos estilos mais completos, tendo em seu currículo diversas armas. A Naguinata ocupa um importante destaque , tendo sido incorporada pelo próprio fundador do estilo, Mima Yochizaemon Kagenobu(1577-1665), que aprendeu a utilizar esta arma com os monges sohei durante o Musha shugyo [6] (peregrinação guerreira) que fez na primeira parte de sua vida.
Os katas de Naguinata são divididos em três conjuntos: Naguinata contra espada, Naguinata contra Naguinata e formas solo em que são praticadas técnicas usadas em campos de batalha para abater cavalos.

[editar] Outras tradições

Outras importantes tradições que ensinam Naguinata são: [7].
  • Tendo Ryu Naguinata-jutsu
  • Jiki-shinkage Ryu Naguinata-jutsu
  • Toda-ha Buko Ryu Naguinata-jutsu
  • Higo Koryu Naguinata-jutsu
  • Yoshin Ryu Naguinata-jutsu

[editar] Atarashi Naguinata

[editar] A prática

As primeiras associações para a prática do Atarashi Naguinata formaram-se a partir de 1950, congregando mais de 15 estilos diferentes.
Em 1953 foi instituída a ZEN NIPPON NAGINATA RENMEI - Confederação Japonesa de Naguinata, que regulamentou o estilo oficial dessa arte, reunindo as técnicas dos diversos estilos existentes, principalmente Tendô Ryu e Jiki Shinkague Ryu.
A Atarashi Naginata, passou a ser escrito, em japonês, utilizando os caracteres hiragana, ao invés do Kanji[8].
O Atarashi Naguinata possui atualmente mais de 80 mil praticantes no Japão e diversos países do ocidente.
Atualmente, a regulamentação da Atarashi Naguinata é realizada mundialmente pela Federação Internacional de Naguinata - INF. A INF foi criada em 1990, congregando vários países e está divida em três seções : Japão, Europa e Américas.
No Japão a Atarashi Naguinata é regido pela All Japan Naginata Federation, representada no Brasil pela Associação de Naguinata do Brasil.

[editar] Equipamento

A Naguinata verdadeira, de lâmina de aço e com gume, somente é usada em demonstrações, salvo raras exceções. Adequadas ao treino há 2 tipos de Naguinata, a 1ª tem no lugar da lâmina duas tiras de bambu curvas e bem flexíveis que possibilitam a absorção do impacto sendo usadas nos treinos de contato e campeonatos e inclusive na prática de formas pré-ordenadas básicas (Shikake-Ôji), a 2ª é inteiriça em madeira, própria para o treino de formas pré-ordenadas avançadas (Kata).
Os praticantes de Atarashi Naguinata vestem-se com protetores durante os treinos de contato e nos campeonatos. O Bogu, como é chamado esta vestimenta de proteção, compreende protetores da cabeça (e garganta) (Men), dos punhos (Kote), do tronco (Do) e das canelas/tíbia (Suneate). Somente é permitido os golpes direcionados nestes pontos protegidos.
Em comparação ao Kendo o Men possui abas laterais mais curtas, o Kote possui articulação para o dedo indicador, possibilitando assim o melhor manuseio da arma e por fim o uso do Suneate que não é usado no Kendo[9].

[editar] Aspecto filosófico

Naginata Kata - International Budo University, Japão.
A Federação Japonesa de Naguinata tem atuado com o seguinte conceito e princípio:
  • Promover a harmonia entre a mente e o corpo através do treinamento.
De acordo com a Federação Japonesa de Naguinata, através da orientação correta da Atarashi Naguinata procura-se o aperfeiçoamento da técnica, cultivar o espírito, aumentar a vitalidade e também :
  • Treinar corretamente dentro dos princípios do Naguinata
  • Respeitar a disciplina
  • Respeitar a etiqueta e cooperar com os outros
  • Aprender e preservar a cultura tradicional japonesa
  • Cultivar a mente
  • Desenvolver o espírito e o corpo
  • Promover a paz e prosperidade entre as pessoas

[editar] Graduações

Mudansha (sem dan):
  • 6º Kyu = Rokkyu
  • 5º Kyu = Gokyu
  • 4º Kyu = Yonkyu
  • 3º Kyu = Sankyu
  • 2º Kyu = Nikyu
  • 1º Kyu = Ikkyu
Yudansha (com dan):
  • 1º Dan = Shodan
  • 2º Dan = Nidan
  • 3º Dan = Sandan
  • 4º Dan = Yondan
  • 5º Dan = Godan
Shogo - títulos de instrução, obtidos após o 5º dan:
Requisitos para exame:
  • 1º Kyu - nenhum
  • 1º Dan - deve possuir 1º Kyu
  • 2º Dan - permanência na graduação anterior por 1 ano
  • 3º Dan - permanência na graduação anterior por 2 anos
  • 4º Dan - permanência na graduação anterior por 3 anos
  • 5º Dan - permanência na graduação anterior por 3 anos

[editar] Naguinata no Brasil

[editar] Naguinata Koryu

5° Torneio Brasileiro por equipes de Kobudo - CBKob.
No Brasil, o Naguinatajutsu dos estilos Suio Ryu e Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu [10] é praticado dentro da Confederação Brasileira de Kobudo (CBKOb). O ensino dentro da CBKob é feito por seu presidente, Sensei Jorge Kishikawa, outros professores ligados a ele, São filiados à Nihon Kobudo Kyokai (sede em Toquio, Japão)- NKK - e autorizados a lecionar a arte da Naguinata do Suio ryu pelo Soke (grão-mestre) Yoshimitsu Katsuse[11].
A prática dentro da CBKob abrange ainda shiai (luta) utilizando bogu equipado com sune (proteção da tíbia). São realizados combates entre duas Naginatas (Categoria Naginata) e entre Naginatas e espadas (Categoria Kobudô Ishu Jiai). Nesta prática as regras e técnicas empregadas diferem das do Atarashi Naginata.

[editar] Atarashi Naguinata

A Atarashi Naguinata é uma arte marcial praticamente desconhecida no Brasil. Esta arte foi praticada na colônia japonesa durante o período pré-Segunda Guerra Mundial, mas praticamente não há registros sobre ela. A professora mais destacada da época foi Shizu Furumoto sensei.
O grupo atual de praticantes iniciou suas atividades há pouco mais de 15 anos, quando a professora Hatsue Takahashi veio do Japão em 1987 e fez demonstrações em São Paulo, formando o primeiro grupo de praticantes dessa arte marcial. Este pequeno grupo foi aos poucos aumentando, contando com a orientação da mesma professora Takahashi, que esporadicamente vinha para o Brasil.
Em 1993 foi criada a Associação de Naguinata do Brasil - ANB, que congrega praticantes e simpatizantes da Atarashi Naguinata, cuja filiação à Federação Internacional de Naguinata - INF, foi aprovada e aceita como seu 8º membro. Isso possibilitou a participação do Brasil, de forma oficial nos eventos da INF. Assim em 1993 o Brasil esteve no 3º Torneio Internacional da Amizade realizado em Los Angeles - EUA e no 1º Campeonato Mundial em Tóquio - Japão. Em 1995 esteve no Seminário e Torneio em Yamagata - Japão. Presente no 2º Campeonato Mundial em Paris - França e em 1996 o Brasil teve a grande honra de sediar o 4º Torneio Internacional da Amizade.
Atualmente no Brasil existem duas professoras autorizadas pela INF a lecionar a arte do Atarashi Naguinata: Yasue Morita Sensei e Keiko Abe Sensei, ambas com graduação de 3º Dan e têm mantido um grupo de treinamento através da ANB em São Paulo. Responsáveis pela divulgação dessa arte marcial e pela orientação às pessoas interessadas em aprendê-la, de acordo com os princípios da Atarashi Naguinata e regras da INF. No Rio de Janeiro há um grupo de estudo supervisionado pela ANB.
No ano de 2007 ocorreu o 4º Campeonato Mundial de Naguinata, na Bélgica, onde o Brasil foi representado por uma equipe da Associação de Naguinata do Brasil.

Ninjutsu

O Ninjutsu (忍術), também conhecido pelo termo Ninpō, é uma arte marcial japonesa (忍び術) que surgiu a partir da necessidade do emprego de espiões (Ninja) durante o período medieval japonês (século VI). Consistia num conjunto de técnicas que capacitavam os agentes a agir em todas as situações num campo de batalha.

Índice

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[editar] História do Ninjutsu

O Ninjutsu remonta há mais de 800 anos, em um contexto histórico em que os Samurais, classe de guerreiros, dominavam o Japão . Eles controlavam a terra e seus moradores, numa espécie de feudalismo oriental. O lorde (chefe de um grupo de samurais) era o Daymio, a única pessoa a quem os samurais deviam respeito e obediência.
O ninjutsu nasceu Japão feudal, quando monges Tibetanos se espalharam por vários países na Ásia, um deles a China, onde os monges, no fim da dinastia Ming início da dinastia Chin (Manchú, por conta da invasão Manchú, dedicaram-se ao terrorismo, espionagem e resistência.
Durante a dinastia Chin os templos foram destruídos e os monges se refugiaram em outros países, um deles o japão, onde a Arte Marcial que praticavam deu origem a varias outras artes, o ninjutsu foi uma destas, monges residentes nas montanhas das regiões de Iga e Koga tiveram contatos com Ronins que lá constituíram família.
Da mistura do Kempo Chinês e das Artes Samurais, nasceu o que hoje conhece como Ninja, que seguiam um código de conduta diferente dos Samurais.
Com o passar dos anos os ninjas passaram a trabalhar como mercenários e posteriormente o governo japonês passou a usa-los como espiões e assim foi até a 2ª Gerra Mundial.
A explosão de artes marciais no ocidente, por volta de 1970, levou dois homens a procurar por algo diferente: Doron Navon e Stephen Hayes contrataram um mestre de Ninjutsu oriundo do Japão, de uma linhagem centenária de instrutores. Dessa forma a arte foi trazida para o Ocidente.
Ninjutsu ou Ninpo é uma arte marcial tradicional japonesa que tem uma história rica de mais de 10 séculos. Desenvolvida como uma arte ilegal para os samurais, o Ninpo ainda floresce hoje em dia em alguns lugares do mundo, tais como Brasil com a Genbukan, Bujinkan, Mugen Ryu Ninjutsu, Hontai Saiga Ryu Nishi Kai Ninpo, Seiryuu-Budo e Japan Ninjutsu Federation quem vem se mostrando como ícones respeitáveis em termos de Ninjutsu.

[editar] Ninjutsu no Brasil

No Brasil o ninjutsu começou no final dos anos 80 com o Shidoshi Jorge Goldenstein, um Israelense naturalizado Argentino, que começou a ensinar a doutrina da Bujinkan em território nacional, mais tarde outros senseis vieram para ensinar, consolidando ainda mais o ninjutsu no Brasil.
No inicio o estado que mais desenvolveu o ninjutsu foi o Espírito Santo, chegando a deter a incrível marca de 40% dos praticantes do país, hoje, o estado com o maior numero de integrantes do ninjutsu é São Paulo, porém, o ninjutsu já está distribuído por vários estados brasileiros e vem crescendo exponencialmente, consolidando-se como uma grande arte em território nacional.

No Brasil contamos com algumas escolas tradicionais e com grandes nomes da arte como:
Bill Sensei - 4° Dan em Aikibudo Jujutsu, 1° Dan em Ninpo (Genbukan), 1° Dan em Kokusai Jujutsu - Discípulo de Coleman Kyoshi (USA), discípulo de Shoto Tanemura Soke (Japão).
Shihan Michael Simien - 15ºDan (Bujinkan) - Discípulo de Masaaki Hatsumi Soke (Japão).
Klevin Gatte Sensei - 4º Dan (Bujinkan) - Fisiologista e especialista em segurança, contra-espionagem. (Butoku Dojo)
Sensei Henrique Cardoso - 1º Dan (Japan Ninjutsu Federation) - Juan Hombre Sensei (Espanha).
Reshi Humberto Trevellin - 5ºDan Menkyo (HONTAI SAIGA RYU NISHI KAI NINPO)- Discipulo de Hanshi Orlando Cordero (Argentina) e Shihan Isao Nishi Tsushima.
Mestre Claudio de Arruda Viana 14º Dan (- Mugen Ryu Ninjutsu) -Discípulo de Hatsumi Masaaki Soke (Japão) e Hattori Hanzou Soke (Japão).Em Dezembro 2010 retornou ao Japão,onde vive com sua esposa japonesa nata e seu filho.
Ebio Borges 36° Soke (Koka ryu Kurokawa ha) - Aluno Direto de Tanaka soke.
Shidoshi Rodrigo Müller - 4º Dan (Sho Kumo Ryu Ninjutsu) - Advogado, proprietário e instrutor de uma empresa especializada em treinamentos especiais de combate (Sho Kumo Ryu Ninjutsu) e (Müller Consultoria e Treinamento).
No Japão Feudal, o ninjutsu era como uma sociedade secreta, sendo os registros raros e de nenhum interesse a seus membros. Não existia apenas um Clã de Ninjutsu. Somente na região de Koga existiam pelo menos 53 famílias, que deram origem a diferentes escolas existentes hoje em dia.
Alguns mestres de diferentes Clãs de Ninjutsu : Fujita Isamu Seiko, Toshitsugo Takamatsu, Nachimo Ishikito, Heishichiro Okuse, Nakamura Toshiro, Shimoda Takeshi, Tatsuata Yashuichi, Kimura Masuharu, Norihiro Hakuyusai, Sato Kimbei, Nawa Yumio, Akimoto Fumio,Ueno Takashi, Saito Kazuo, Kaminaga Shigemi, Harunaka Hoshino, Tanaka Senzo, Maeda Isashi, Shinji Shibusawa, Manaka Yumio, Tanaka Minoru, Yamato Yoshiaki,Tsushima Sadahei, Yoinuki Suihichiro, Neguishi Yuichi,Tsushima Nishi Isao, Tanemura Shoto, Kuroi Hiromitsu, Takeda Ryosuke, Harikawa Kanetsu, Tsushima Yoshihiro, Kawakami Junichi e Hatsumi Masaaki.

[editar] Armas para a prática do Ninjutsu

A rigor, toda e qualquer arma pode ser utilizada na prática do ninjutsu - inclusive objetos comuns como um guarda-chuva, um lenço, uma chave de fenda, etc. O que importa ao praticante é a capacidade de vencer o oponente em uma luta, independente de modo justo ou injusto. Apesar desta característica, algumas armas foram associadas à figura do ninja, sejam por motivos históricos, seja pelo ideário envolvendo esses personagens. E elas anteriormente eram ferramentas usadas no plantio que evoluíram; Segundo historiadores os camponeses precisavam se defender dos samurais que vinham cobrar impostos, surpreendendo-os de alguma forma. Algumas delas são:
  • Ninja-to: (Pronuncia-se tô)espada pequena e reta.
  • Tanto: Faca japonesa.
  • Wakizashi: espada curva, similar à katana, porém menor.
  • Boken: Espada de madeira para treinos.
  • Kama: uma pequena foice, inicialmente uma ferramenta utilizada para a colheita de cereais. Passou a ser usada como arma pois podia ser carregada por qualquer pessoa, sem despertar suspeitas, já que seu uso por agricultores era comum.
  • Kodachi: espada pequena semelhante á wakizachi, mas sem guarda, cabo um pouco maior e mais curva
  • Kusarigama: uma Kama cujo cabo era acoplado a uma corrente, em cuja extremidade havia um peso de metal, usado para desarmar o oponente sem matá-lo.
  • Kyoketsu Shoge: Similar a kusarigama, corrente e arco metálico.
  • Shuriken: Estrela de arremesso
  • Shaken: Dardo de arremesso.
  • Bo: Bastão longo (aprox. 2 metros).
  • Hanbo: Bastão curto (aprox. 1,50 metro).
  • Tanbo: Dois bastões de madeira pequeno, para ataque e defesa.
  • Te yari: Lança pequena com gancho.
  • Yari: Lança com aproximadamente 2 metros.
  • Naginata: Bastão com facão (Alabarda).
  • Kama yari: Bastão longo com foice.
  • Yumi ya - Kyudo: Arco e flecha (Arte de arremessar).
  • Fukiya: Zarabatana
  • Sai: Tridente (Utilizado para lutar contra espada).
  • Tonfa:Arma de madeira usada por agricultores para defesa.
  • Fukumi Bari: Pequenas agulhas de arremesso, sopradas com a boca.
  • Shikomi Zue: Cajado de madeira com espada camuflada.
  • Shinobi Zue: Bastão com corrente camuflada.
  • Tessen: Leque metálico (utilizado por mulheres)
  • Tetsubishi: Cravo em forma de piramide, utilizado em perseguição.
  • Kaginawa: Corda com gancho em cruz, utilizado para escalar casas e muros.
  • Musubinawa: Corda com um único gancho, utilizada para escalar.
  • Shinobi Kumade: Corda utilizada para escalar, utilizando-se um gancho em formato de garra.
  • Kemuridama: Bomba de fumaça negra, explosiva ou cegante.

Sumô

'Sumô' (português brasileiro) ou 'sumo' (português europeu) (相撲 sumō em japonês) é uma luta de competição japonesa, em que dois atletas (rikishi) competem num ringue circular (土俵  dohyō) onde o primeiro a tocar o chão com qualquer parte do corpo exceto os pés ou pisar fora do dohyō perde a luta. Um rikishi também perde a luta se aplicar algum golpe proibido. O sumô é bastante antigo e, apesar de ser um esporte, conserva rituais xintoístas.

Índice

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[editar] Graduação e hierarquia

A graduação é dada aos lutadores que possuem certa experiência e técnica a graduação chamada dan. No sumô amador essa graduação vai até o quinto Dan e no profissional vai até ao décimo.
A hierarquia dos praticantes de sumô profissional organiza-se por meio dos seguintes grupos (em ordem decrescente):
Apenas os rikishi das duas categorias superiores recebem salários.

[editar] Ringue

O local (土俵  dohyō) onde são disputadas as lutas é uma espécie de ringue, mas que em nada lembra os do boxe. Ele é basicamente uma plataforma quadrada feita de barro com um círculo de fardos de palha de arroz em seu centro, dentro do qual se realizam as lutas. Suspenso acima do ringue, uma espécie de telhado que lembra um templo xintoísta, completa o cenário.

[editar] Vestuário

Com o objetivo de demonstrar que a luta é feita sem armas, de "mãos limpas", o lutador de Sumô usa apenas o mawashi na luta. O mawashi é uma faixa de tecido grosso que é enrolado em volta da cintura do lutador, e que serve tanto para proteger os órgãos genitais quanto para ser agarrada para efetuar golpes.